29 de dez. de 2008

CRONOFOBIA???

Idade... Estava pensando como é estranho o olhar alheio, sobre nós. E a falta de distanciamento que não conseguimos ter sobre nossa própria imagem...
Pego minhas fotos aos 12, 15 e 30 anos e enxergo, exatamente, a mesma pessoa. Não consigo ver as diferenças que "consigo ver" ao olhar fotos de estranhos. Principalmente quando este estranho, é muiiiito estranho. O julgamento que nos permite imediatamente imaginar quantos anos "fulano" tem, simplesmente não funciona com a gente. E quando me fazem a terrível pergunta de quantos anos eu tenho, um monólogo enorme e confuso toma forma dentro de minha mente. Ao mesmo tempo em que digo: como, não está vendo que eu só tenho isso?, a parte esquizofrênica da minha personalidade responde: se está perguntando isso é porque eu pareço que tenho bem mais do que realmente pareço ter... Glup! Eu sei. É paranóico. E é mesmo.
Mas a verdade vem à tona quando alguém, antes de lhe perguntar a idade, diz "desculpe perguntar..."
Pombas! Se a pessoa já pede deculpas antes de fazer a pergunta, é porque já imaginou, mesmo que inconscientemente, que você é velha, ou mais velha do que é, e aí voltamos a primeira questão. Nossos olhos não têm noção de valor quando se referem a nós mesmos!
Difícil isso... E, no meu caso, hereditariamente patológico.
Desde pequena eu ouvia recomendações de nunca, em hipótese alguma, perguntar a idade da vovó. Com o passar do tempo esta recomendação foi se estendendo a outros membros - do sexo feminino - da família: tia-avó, tias e por fim, mãe... Fui criada não entendendo este tabu familiar. Até que, aos 18 anos, a maldição "mannarínica" caiu sobre mim... Como se eu fosse a Fiona do Shrek, fui contaminada pelo mesmo vírus que causa fobia ao tempo. Seria cronofobia a expressão correta?
Não sei...Só sei que quando suas primas, publica e reconhecidamente 3 anos mais novas, declaram via net ter a idade que você ainda não "lembra" que alcançou, é de matar...