Escolhi as amigas erradas. Elas não lêem meu blog. Sim, como poderiam ler se estão sempre ocupadas pedindo cerveja no boteco ou apavoradas com algum evento/show ou coisa que o valha? Então, no tempo que sobra, lá se vão as meninas ao boteco.
Boteco,botequim, birosca ou vendola é coisa pra gente fina sim senhor. Mas pra gente que não tem tempo de ler meus posts. Semana que vem eu vou intimar todas a pelo menos fingirem que são minhas seguidoras.
A Marina, por exemplo, está a brincar de casinha com o namorado. Apaixonada. Daquele tipo que faz tudo junto o tempo todo. Mas o cara, oooo.... como é mesmo o nome dele???? ai gente fugiu (isso porque eu e ele, numa sexta à noite, chegamos a planejar um negócio que iria ter uma filial em SC)...então a gata-garota-Marina usa todo seu tempo livre com o gato-garoto-namorado que não me atrevo a chutar o nome por medo de criar problemas...
A Fer, que é a rabugenta mais legal do mundo (o rabugento mais legal do mundo é o Dani, que não é o Dani da Canal, mas o Dani do Brasov e do Canastra), está sempre a viajar e quando não, é ela quem nos leva a conhecer lugares estranhos onde se consomem loiras geladas que patinam pelo balcão como se estivéssemos no velho oeste...Mas entre uma cerveja e outra, poderia ler meu blog.
A Pati Correia está a embalar o sobrinho que é novinho. E depois reclama demais que não arruma namorado. Mas como? Quer que adivinhem que a donzela fica em casa a dar pipoca aos macacos?
A Renata embarrigou. E encontra-se imóvel. Durante 9 meses e 20 dias.
A Gabi acabou de desembarrigar. E está a lamber a cria. Linda por sinal!
A Carmen, que é linda, estou em dívida. Não financeira. Mas moral.
Bia é complicada e não tem motivo razoável para não acessar o cruela.
Gisah, que acessava diariamente, está temporariamente fora do ar.
Lia, que acessa, enquanto não passar esta folia carnavalesca, nem adianta contar...
Para outros tantos amigos meus textos são sem pé nem cabeça, mas digo que é porque não desenvolveram tantos neurônios quanto eu. Ou terão desenvolvido muitos a mais?
Metade da lista do msn está blokeada. No orkut, fiz-me fake de minha cachorrinha amada.
Luiz diz que já passou 2/3 do livro "a casa e o tempo", mas seu blog está a um passo de ser desativado, de tanto que ele não entra.
Outros humanóides não podem saber do blog, dada as histórias onde cito seus nomes em situações pouco confortáveis.
Enfim... chego a conclusão que posso falar mal de quase todos os meus amigos neste "sítio", já que poucos irão querer tirar satisfação. O bom de ser anônimo é isso.
E um de meus compadres de blog, o Dani, está a ficar famoso, emendando viagens daqui pra lá e pegando gatas-garotas em todos os 569 municípios brasileiros. Logo não terá tempo de fazer nenhum de seus comentários afiados, que dirá entrar em meu blog. Que dirá lembrar que eu existo. A fama tem dessas coisas.
13 de fev. de 2009
Se eu pudesse fazer justiça
Tem um jumento ao meu lado
um asno
um jegue
cavalgadura
um burro
um idiota
Como é impossível a sua transferência
lá vou eu a tomar chá de jurubeba para os males fidagais e estomacais que ele me causa
tenho uma vontade uterina de liquidar esta criatura
se ainda estivéssemos nos tempo de bangue-bangue
contrataria Django para exterminá-lo
Já posso imaginar a cena
Django* chega em minha rua, arrastando o caixão onde carrega sua bazuca
Django toca a campainha da casinha onde o jumento loiro, alto, magro e de voz esganiçada habita
Django pergunta se tem pão velho
o asno loiro, alto, magro e de voz esganiçada, mal-humorado como sempre, relincha: Nãouhuhuhum!
Django derruba a grade chamada portão com seus tênis All Star e seu jeans Diesel
A besta-fera loira, alta, magra e de voz esganiçada se assusta, demonstrando algum aspecto humano de sua personalidade insólita
Django adentra a garagem do corno loiro, que é o jegue acima
abre o caixão, examina a bazuca, acende um cigarro de cravo e aponta, com prazer e minúcia, para o diabinho loiro, alto, magro e, agora, sem voz e miserável
Pronto. Está feito. O covarde cai de quatro. Patas pra cima.
Django acena para a mocinha no balcão. Joga-lhe um beijo e pega carona no Telecine Classic
A mocinha chama todos os seus amigos barulhentos,
todos os cachorros e gatos de rua
e juntos, viram a noite cantando e bebendo o morto
um asno
um jegue
cavalgadura
um burro
um idiota
Como é impossível a sua transferência
lá vou eu a tomar chá de jurubeba para os males fidagais e estomacais que ele me causa
tenho uma vontade uterina de liquidar esta criatura
se ainda estivéssemos nos tempo de bangue-bangue
contrataria Django para exterminá-lo
Já posso imaginar a cena
Django* chega em minha rua, arrastando o caixão onde carrega sua bazuca
Django toca a campainha da casinha onde o jumento loiro, alto, magro e de voz esganiçada habita
Django pergunta se tem pão velho
o asno loiro, alto, magro e de voz esganiçada, mal-humorado como sempre, relincha: Nãouhuhuhum!
Django derruba a grade chamada portão com seus tênis All Star e seu jeans Diesel
A besta-fera loira, alta, magra e de voz esganiçada se assusta, demonstrando algum aspecto humano de sua personalidade insólita
Django adentra a garagem do corno loiro, que é o jegue acima
abre o caixão, examina a bazuca, acende um cigarro de cravo e aponta, com prazer e minúcia, para o diabinho loiro, alto, magro e, agora, sem voz e miserável
Pronto. Está feito. O covarde cai de quatro. Patas pra cima.
Django acena para a mocinha no balcão. Joga-lhe um beijo e pega carona no Telecine Classic
A mocinha chama todos os seus amigos barulhentos,
todos os cachorros e gatos de rua
e juntos, viram a noite cantando e bebendo o morto
SOLIDÃO
Saramago, em um de seus livros, faz uma longa dissertação sobre o viver sozinho. Como todo português e amante de fado - até eu, que nada tenho de portuguesa nem mesmo graças a Deus o buço, adoro fado -, Saramago é melancólico. Melancolia e solidão são bons ingredientes para uma bomba interior.
Sobre solidão eu discordo totalmente de Saramago. E amo Saramago. Amei mais, confesso. Na época em que era mais cabeça dura, radical e não colocava, sequer, qualquer pontuação em seus textos. Adorava me perder e ter que regressar sentenças para entender quem, afinal, falava o que...
Mas enfim, não é agora o momento oportuno para esta divagação...
O problema da solidão é que ela existe, sendo o indivíduo realmente solitário por opção, por conta do destino ou por carregar um vazio que milhares de pessoas próximas são incapazes de preencher.
Eu, por qualquer motivo que seja, e pode até ser patológico que me importa?!, não sinto solidão. O efeito colateral de quem ama ficar à vontade consigo mesmo, é que esta coisa da solidão é espaçosa e aos poucos invade sofás, canais, camas e qq espaço físico em que um ser, de carne e osso, possa ocupar. Digo mais. A solidão é espaçosa e ciumenta. Tem ciúmes das coisas tão suas e implica, como uma tia velha, com os pilares de seu governo.
Conheço gente que sofre da solidão doída de quem está sempre rodeado de outras "gentes" e sente o inferninho do vazio a lhe cutucar a alma. Tenho uma tia assim, que chora a própria dor por ela causada. Que nunca se sente plena pois está sempre a contar qual dos membros de seu clã está a causar-lhe tamanho mal-estar. Esta solidão não é amiga. Esta judia de quem não a compreende e de quem não entende seus gestos altruístas.
Esta tia vive a lamentar a falta de um, a morte de outro, a viagem de um terceiro. E como o time nunca há de se completar, ela vive a se torturar.
Até minha solidão que é amiga e opcional, está a me causar preocupação. Não que eu viva isolada. Tenho muitos amigos e uma família que, se de nada vale, pelo menos dá-me a sensação de paz quando vão embora... Mas há tempos tenho pensado nesta coisa que muitos me falam - e quando muitos falam a mesma coisa, se não é falta de assunto, seria a tal da sincronicidade (neologismo de supersticiosos criacionistas)? - que o homem não nasceu para viver só.
Se fosse assim, nasceríamos aos pares e morreríamos idem. Mas não. Quando lançados do aconchego materno para o planetinha azul, embora amparados por pai e mãe, somos todos sozinhos. E assim permanecemos vida afora. O amor por um, não faz olhos e coração cegos para a flechada do cupido que espera na virada da esquina. Não se morre coletivamente - a não ser nas grandes tragédias da humanidade. A função da solidão é soberana a da reprodução. De um coito faz-se outro ser. E pronto. Eis a função do acasalamento. Já a solidão não para por aí.
Enfim, argumentos de quem está bem consigo mesma e acha que ainda está pra nascer o homem que justifique o abandono desta teoria.
Sobre solidão eu discordo totalmente de Saramago. E amo Saramago. Amei mais, confesso. Na época em que era mais cabeça dura, radical e não colocava, sequer, qualquer pontuação em seus textos. Adorava me perder e ter que regressar sentenças para entender quem, afinal, falava o que...
Mas enfim, não é agora o momento oportuno para esta divagação...
O problema da solidão é que ela existe, sendo o indivíduo realmente solitário por opção, por conta do destino ou por carregar um vazio que milhares de pessoas próximas são incapazes de preencher.
Eu, por qualquer motivo que seja, e pode até ser patológico que me importa?!, não sinto solidão. O efeito colateral de quem ama ficar à vontade consigo mesmo, é que esta coisa da solidão é espaçosa e aos poucos invade sofás, canais, camas e qq espaço físico em que um ser, de carne e osso, possa ocupar. Digo mais. A solidão é espaçosa e ciumenta. Tem ciúmes das coisas tão suas e implica, como uma tia velha, com os pilares de seu governo.
Conheço gente que sofre da solidão doída de quem está sempre rodeado de outras "gentes" e sente o inferninho do vazio a lhe cutucar a alma. Tenho uma tia assim, que chora a própria dor por ela causada. Que nunca se sente plena pois está sempre a contar qual dos membros de seu clã está a causar-lhe tamanho mal-estar. Esta solidão não é amiga. Esta judia de quem não a compreende e de quem não entende seus gestos altruístas.
Esta tia vive a lamentar a falta de um, a morte de outro, a viagem de um terceiro. E como o time nunca há de se completar, ela vive a se torturar.
Até minha solidão que é amiga e opcional, está a me causar preocupação. Não que eu viva isolada. Tenho muitos amigos e uma família que, se de nada vale, pelo menos dá-me a sensação de paz quando vão embora... Mas há tempos tenho pensado nesta coisa que muitos me falam - e quando muitos falam a mesma coisa, se não é falta de assunto, seria a tal da sincronicidade (neologismo de supersticiosos criacionistas)? - que o homem não nasceu para viver só.
Se fosse assim, nasceríamos aos pares e morreríamos idem. Mas não. Quando lançados do aconchego materno para o planetinha azul, embora amparados por pai e mãe, somos todos sozinhos. E assim permanecemos vida afora. O amor por um, não faz olhos e coração cegos para a flechada do cupido que espera na virada da esquina. Não se morre coletivamente - a não ser nas grandes tragédias da humanidade. A função da solidão é soberana a da reprodução. De um coito faz-se outro ser. E pronto. Eis a função do acasalamento. Já a solidão não para por aí.
Enfim, argumentos de quem está bem consigo mesma e acha que ainda está pra nascer o homem que justifique o abandono desta teoria.
Assinar:
Postagens (Atom)