24 de set. de 2009

O 1o teste do novo ano

Hoje é meu aniversário.
Este aniversário é especial.
Encerra um ciclo mefistofélico.
7 anos de vacas magras, mto magras...(alguém tá afim de saber disso? sei lá...)
enfim, meu alter ego grita e escrevo para acalmá-lo
em razão daquela que está por vir
a que está nascendo neste momento
e redescobrindo o mundo
despeço-me da Cruela
não totalmente
ela está em mim, assim como o equilíbrio consiste da perfeita equação entre o negativo e o positivo
claro/escuro
dia/noite
doce/salgado
Cruela menos Cruel
Quero apenas olhos doces
e gente que entenda que um pouco de açúcar e afeto, faz-se o doce predileto...

Plena e em paz. Incrivelmente limpa
sem que esta serenidade viesse embalada em metálico comprimido
somado a outros cujo efeito é potencializado
esqueci o hábito drogatido
estava a pensar nas relações que não quero mais
dos cativeiros que saí
das pessoas amadas que estão em outro lugar
das pessoas amadas que hoje transformam minha vida
e concluí, com o cuidado e prazer de quem experimenta o pedido para a última uva do ano novo
que meu desejo, apenas, é ser melhor
melhor pra mim mesma. apenas.

foi quando um raio rompeu o céu,
um estrondo estremeceu todas as coisas muito sólidas ao meu redor
a respiração foi suspensa
e o telefone tocou

era um teste. Celestial.
uma voz etílica
tentava disfarçar a si mesma
a língua parecia-lhe pesada, arrastada
pensei: chato...
a voz improvisou um discurso qualquer, um texto meigo, sem convencer
a ligação caiu várias vezes
e algumas das vezes não atendi
mas insistiu
até perder a razão quando sentiu de vez a indiferença
não a indiferença premeditada - pois esta ainda é apaixonada ou movida por qualquer coisa que oculta, no fundo, grande significado
mas a indiferença civilizada, piedosa
e a voz se fez irada
combativa
atormentada

...de outras tantas vezes funcionou
desta vez, por que não?
porque não...porque tudo muda, passa, transforma
somos seres em movimento
em modificação constante
só a conveniência não muda
mas como era desconfortável, mudei
e a voz se fez selvagem, bruta

não, não fiquei a ouvir
desliguei
ele insistiu
desliguei
ele insistiu
e, como há várias formas de comunicação atualmente,
mandou-me um torpedo à sua imagem e semelhança

tirou por algum tempo meu coração do compasso
acelerou minha respiração
perdi o filme, mas não o pensamento
foi-se
passei no teste, então