25 de mai. de 2009

Nunca subestime uma mulherzinha

O título é ótimo. É meu. Mas como eu não havia contado a ninguém, agora parece que é da Takai. Ok, estou com ela.
"Nunca subestime uma mulherzinha".
Eu sou a mulherzinha.
E hoje a segunda-feira modorrenta me castigou.
Estou a juntar cacos que nem pra mosaico servem.
A melhor coisa que ouvi nos últimos tempos, fora algumas músicas, foi isso:
"vc vive de vontades que vem e vão"
é, como uma onda no mar...
a única convicção que eu tenho é que minhas certezas duram muito pouco.
não tenho que provar nada a ninguém, isso é libertador. Vivo pq tenho 7 dependentes de vida curta. Cachorros e gatos de rua.
não tenho que dar exemplos.
só que às vezes me parece que somente eu tenho noção de que meu próprio tempo não é meu.
não quero acumular nada. estou em fase de "desfazimentos".
estou a aprender uma nova língua: o gauchês.

falo muito de e sobre a morte, mas não sou pra baixo. ela é muito presente na minha vida.
meu próximo bichinho de estimação chamar-se-á "morte".
já contei que os religiosos da idade média possuíam esqueletos em seus quartos para lembrar-lhes a efemeridade da vida?
assim vcs verão que a cara da morte pode ser bonita.
me recuso a entrar em cemitérios cinzentos. não fiz santinhos de pai e mãe e nem aquela pedrinha fundamental que se colocam em frente às lápides, com estrelas que representam a vida e cruzes pra sinalizar a morte. Não deveria ser o contrário?
Sócrates foi o primeiro filósofo - isso em 400 a.C - a dizer que os deuses nada tem a ver com nossa felicidade e a falar sobre a alma. E tbém disse, pouco antes de se entregar à dose de cicuta (com "c" ou "s"?) que iria para um lugar melhor, ou então dormiria eternamente. O que significa que em qualquer uma das hipóteses - o tudo ou o nada - a morte é uma mãe que nos acolhe e fica a nos embalar (a analogia da mãe é minha, não de Sócrates).

não me apavoro com quase nada, a não ser com o próprio ser humano e seu crescente potencial destrutivo.

Venho de repetidas histórias interrompidas antes do fim. Acho que isso explica um pouco as vontades que vão e vêm... e não se completam, não se fecham nunca.
Tenho certeza que meu tempo é outro. Ou curto. Não sei a razão. Talvez eu tenha estado mais lenta que a velocidade das coisas que acontecem. Ou o contrário.

Bjs

Fui por aí

25 de maio.
Aniversário da minha mãe.
Durante muito tempo esta data foi marcada em minhas agendas e calendários com coraçõezinhos e estrelas. Com festas que começavam com amigos e bolo já na virada do dia 24 para o dia 25. Em que vc fingia surpresa mesmo conhecendo detalhadamente cada cena da peça tantas vezes vistas.
Este ano eu ainda não conseguirei fazer a festa prometida. Tenho total consciência que um dia tão bonito, o dia do seu aniversário, não pode ser lembrado com tristeza. Prometi a festa, mas não tive coragem para fazê-la. Será um dia de recolhimento. Mas eu tentarei repetir seus atos em todas as horas. Pensar em você com sabedoria, mais ainda do que penso o tempo todo.
Mas é impossível não chorar. Pq o toque faz falta.
Hoje meu sumiço é totalmente justificável para quem me acusa de desaparecer de tempos em tempos.
Hoje é dia de recolhimento.
É dia de mãe. Da minha mãe.