24 de mar. de 2009


ê lasquera
to tao cansada que meu corpo ta sem forças ate pra descansar
que tal?

Tempo

o tempo passa

o tempo voa

e a poupança bamerindus continua numa boa

é a poupança bamerindus...

23 de mar. de 2009

SEGUNDA-FEIRA

eu só quero bolinhas de sabão

E o resto do dia foi assim...

Bebeta foi ao Parcão, ao Museu, e ao shopping (onde já contei sua primeira visita à Toca do Coelho de onde saiu com a cara pintada).
Quis andar na escada rolante, brincar em uma loja de brinquedos que me recuso a citar gratuitamente, onde rolou pelo Bob Esponja, entrou e saiu da blindada casinha Fischer Price que deve ser à prova de radiação, inclusive. Andou num carro de corrida. Comeu e quis café (mas não dei. Achei melhor suco de maracujá, já que a energia era alta). Última parada: livraria. Deitamos no tablado com almofadas um tanto encardidas e livrinhos mágicos que nem faltam falar. Até eu esqueci que era adulta e brinquei.
Descobri que sou a madrinha ecochata e politicamente correta. Ela voltou falando yes e i love you, dando boa noite ás pessoas e pedindo licença para passar. Mas adorou. E eu também.

Na toca do coelho

Roberta quis ir atrás do coelho.
Lá fomos nós! Eu me sentindo a própria Alice no País das Maravilhas...Atrás de um coelho sempre atrasado e que dizia: "é tarde, é tarde!"...
Chegamos ao shopping e lá estava a moderna toca encantada do Sr. Coelho e família... Milhares de crianças e monitores e pestinhas livres...
A toca era paga. Com certeza o dinheiro não foi para Mr. Rabbit e tampouco pra Associação Protetora dos Animais, mas...vá lá!
A madrinha foi tirar dinheiro e Betinha, de pronto, respondeu: TIRA MUIIIITO DINHEIRO MADINHA!

E enquanto eu estabelecia conexão com aquela máquina cheia de digitais infectadas (boa pauta pro dr. Bactéria do Fantástico), Roberta corria entre todos os caixas de vários bancos pra ver de onde saía dinheiro mais rápido. Parecia um "trombadinha" e gritava: aqui madinha!!!
Eram caixas automáticos lado a lado, com distâncias respeitáveis entre si, discretos, mas realmente ineficazes para os olhos e altura de uma criança de 2 anos e 6 meses.

21 de mar. de 2009

Saudades


O hábito...

a semana foi extremamente agitada.
Mil projetos de convencimentos e viver em cima de criar beleza e promover a alegria.
Enquanto isso a vida segue seu curso, do jeito que tem que ser, não importam nossas intenções.

No dia de 1 ano da missa de meu pai, a perda de meu querido companheirinho Aurélio -gato que também era do meu pai.
Aurélio foi o gato que eu jamais imaginei ficar sem. Seguia-me por todos os cantos da casa. Atendia prontamente aos meu chamados. Defendia-me dos cachorros, mesmo tendo aquele micro tamanho e portando uma cor de canela, uma cor amarela. Eu ofereci a ele todos os recursos possíveis para sua melhora. Visitava-o 2 vezes por dia. Cada visita levava uma hora e ele, fraquinho até para levantar a cabecinha para mim, ronronava feito uma corujinha, demonstrando sinal de alegria por estarmos juntos.
Se eu tivesse chegado 15 minutos antes, ainda teria o encontrado vivo. Mas a vidinha dele não me esperou. Eu não canso de aprender que não sou onipotente.

Se alguém pensar que ele era só um gato, pode me achar louca. Mas se pensar que era alguma coisa, sem qualquer julgamento, que fazia parte dos meus dias há 10 anos e que eu amava muito, pode entender um pouco.
A vida segue, de um jeito meio Show de Truman, e eu não aprendo a me tornar menos sensível. Pelo menos um pouco.

15 de mar. de 2009

E o Oscar de chata vai para...

a Rita (lina)...
o criatura sem noção...delirante...
inventa de achar conexões onde não há. Contempla um filme lento e associa coisas entre a fotografia, personagens e diálogos. Mas, se só Rita associa, existe ou não este emaranhado psicológico? Por que ela inventa de fazer leituras que os outros não fazem? Estas leituras são reais ou resultado de ditielamida de ácido lisérgico??? Porque uma mensagem que vai às massas, não pode ser tão cifrada quanto ela pensa que é, e ainda explica. O pior é que as explicações fazem sentido. Claro, todas as explicações só são explicações porque dão sentido a algo sem sentido. Hum?!? Isso que dá ler bula de remédio...

13 de mar. de 2009

Memórias de um verão qualquer

A noite estava quente e sufocante. Daquelas noites em que banhos gelados aumentavam o suor e que o ventilador só espalhava mais ar quente pelo ambiente.
Abriu a janela e o gato quase pulou. “Não! Melhor desidratar que perder o gato”. Deitou, levantou, ligou e desligou a TV sem achar algo interessante. Bebeu todas as sete garrafas de água que a empregada, religiosamente, enchia todos os dias. Não havia mais o que fazer.
Ligou o computador e digitou, no Google maps: Groenlândia.
Talvez uma chegadinha via satélite até as geleiras universais conseguissem refrigerar seu cérebro. Acessou the weather channel. Mais calor. Adorava o verão mas admitia que estava insuportável. Imaginou sua família na praia...

Casa de praia mal ventilada e cheia de pernilongos. Típica movimentação noturna do descompasso familiar. Uns dormiam, outros acordavam. Uns chegavam, outros saíam pra pescar.
Ahhh...a casa de praia...lugar impossível para se sentir sozinho...O mesmo sangue corria em veias diferentes e tanta vida pulsando...lembrou do tio e sua obsessão por caçar mosquitos. Impressionante como um ser obstinado perde o bom senso. Seu tio era um exemplo típico. Durante o dia, o zelo em pessoa. À noite, um feroz caçador que empunhava sua camiseta em busca dos insetos perturbadores de sono. Quantas vezes fora acertada pela camiseta do tio. Mas sabia que não era por mal.

Outra noite, ao chegar com os primos e deitar, ouviu seu primo gritar de pavor. O mesmo tio estava a urinar sobre o filho, num sonho em que a cabeça do rapaz era o vaso sanitário.

Sabe como são as casas de praia das famílias... feitas para hospedar menos gente que a demanda...dorme-se onde dá, come-se onde dá. A prioridade era etária, obviamente...
Normalmente tomava a iniciativa de arrastar o colchão para o chão da sala e permanecer em posição de estátua para suar um pouco menos. Pelo menos até um dos cachorros da família achar por atraente a cama e o lençol limpinhos e vir, quente e ofegante, trazer mais calor ao seu suado corpo. Em pouco tempo o gesto, ou a idéia, ou a hipnose coletiva – que é como chamam gestos produzidos de forma igual em massas populares próximas – dominava a sala e transformava o local num campo de concentração dos trópicos. Eram colchões colados ao lado de outros colchões, gentes com a cabeça nos pés de um, pés na direção da cabeça de outros. E milhares de ventiladores como instrumentos de uma orquestra arejada. Cada um que se juntava ao chão, trazia seu próprio ventilador. Era determinante que na temporada, além do RG, os veranistas tivessem seus próprios ventiladores.

Acontecia também com as redes. E para evitar bate-bocas, havia um acordo tácito que dispensava rótulos dizendo de quem era a tal rede. Seu pai, no entanto, além de muito generoso, adorava redes. Tinha várias: uma rede de casal verde, outra de casal listrada com amarelo, uma de solteiro xadrez em bordô, outra que lhe venderam como gato por lebre que era azul e branca e, de tão vagabunda, ninguém usou.

Apesar dos diferentes habitantes, a casa tinha algum ritmo. Ainda de madrugada, 6h, 7h, o avô levantava-se e ia buscar pão na padaria especializada em fazer pão fresco com gosto e aparência de pão amanhecido.
O pai ou o tio já levantavam pois tinham como objetivo pescar e preparavam o café...Quando esta de pouco sono levantava, geralmente em último lugar, alguns já voltavam da praia, outros tomavam café pela 2ª vez, outros limpavam a casa, fumavam e contavam lorotas e ela, tonta, arrumava-se para ir à praia. Implorava por alguma companhia que se dignasse a torrar os miolos no sol escaldante.
“Teu pai tá lá pescando! Vai!”
Que adianta o pai lá? Fica enfiado nágua e nem me olha!
Mas isso é hora de ir pro sol? Vai ficar enrugada igual a tia nonononoo...
Que nada...
E lá ia...

A única vantagem em ir sozinha à praia era não carregar nenhuma quinquilharia a que estaria sujeita caso acompanhasse a 1ª turma: guarda-sol, cadeiras, esteiras, e outras eiras que pesavam muito...
Ficava pouco tempo e logo concluía que era melhor voltar a casa.

Como ardia aquele sol. E se mexia. Não era possível sentir-se confortável e relaxada com um sol hiperativo. Algum comentário fazia sua mãe gargalhar muito alto. Não podia perder. De quem estavam falando? Provavelmente do pai ou do tio. E resolvia que o melhor lugar para queimar o bumbum e deixar de não fazer nada, era encostada na janela da cozinha...Ihhh, mas as duas já estavam bebendo alguma coisinha. Não era suco de limão. Coitado do pai quando chegasse. Sua mãe possuía um humor daqueles que adoram tirar sarro dos outros. E o outro que ela mais gostava de amolar, era o pai. E regada à álcool, era encheção na certa.
Pois bem, chegaram os homens e sua pescaria. O avô vinha junto. Um chapéu de palha enorme,camisa aberta no peito e uma sunga meio marrom, meio preta, meio murcha.O velho sustentava as mãos nas costas e era gozador. Dava corda para a brincadeira das noras, mas seus filhos eram da raça “maridus implicantius”, e pouco precisava para um deles encabeçar uma discussão por motivo fútil.

Logo o clima esquentava ainda mais dentro da casa. O tio ameaçava, como faz até hoje, ir embora pra Curitiba. A tia debochava, como faz até hoje. O tio sumia de sunga vermelha e Ray-ban, lançando no ar palavras tensas que faziam pensar que o homem iria se lançar ao mar... coisa que hoje, já não faz...E se o tio demorava, lá iam as mulheres a caçá-lo. Encontravam-no, bem longe do mar. Invariavelmente vinha alguma vingança. Milhares de pratos e louças para os pobres homens lavarem. Quase todo dia, após o almoço, as 2 mulheres diziam que iriam comprar bom-bril, justo na hora de lavar a louça. Que nada, elas faziam isto porque os irmãos deixavam tudo limpinho enquanto elas iam até a padaria beber uma cerveja, fumar um cigarrinho ou somente sentar esperando o trabalho ser concluído.

Após o almoço uma onda de sono mortal dominava a casa...um a um se recolhiam onde bem achassem dormir, para acordar a hora de pegar o final de tarde na prainha...
A casa, até para sair, era confusa. Quem vai, quem fica, então vai que eu não vou, se você não for eu não vou, se eu for deixo a chave no pneu do carro – igual a todos os veranistas deviam fazer...O tio era sempre o último. O pai sempre o 1º. Aquele nem queria saber o que acontecia. Fazia o que tinha que fazer e o resto que se arrumasse...
Após esta confusão, ainda tinha a da volta da praia, e este outro tumulto relacionava-se a quem tomaria banho primeiro. À medida que os corpos dessalgavam-se do mar, o primitivo fiozinho indicador da quantidade de água na caixa subia. Até que os últimos tivessem que esperar, tal como numa prisão, com toalha e pertences na mão, a bomba funcionar...
Mas esta não era a briga derradeira da noite. Ainda havia o jogo de baralho. E aí as provocações que acabavam em palavrões e eram desculpados, no outro dia, com potes de geléias do agressor para o agredido.
E era uma vez um verão.

O gosto musical de minha mãe

Bach no último volume possível. Óperas diversas. Todo dia era assim: a hora do almoço se aproximava e eu, ao chegar em casa, era recebida pela minha culta e educada mãe e pelo altíssimo volume de seu indiscreto som.
Cresci ouvindo mamãe eleger Bach como o magnifíco. Bach em cravo, Bach em diversos instrumentos.
Na clássica festa musical estavam presentes compositores geniais de mesma estirpe que, vez por outra, qdo o tal do Bach talvez estivesse cansado ou entre um intervalo de troca de LPs, ocupavam seu lugar na "radiola", querendo uma chance para mostrar seu talento.
Na folga dos caras clássicos, entravam Henry Mancini, Nat King Cole em diversas versões, músicas orquestradas, MPB das originais de festivais e repertórios completos de Chico Buarque, Miltom, Toquinho, Vinícius, Caymmi (é assim que se escreve? não sei), Cartola e outros camaradas deste mesmo naipe.
E também vinham, obviamente, LPS italianos, pois mamãe era/é calabresa, álbuns dos Festivais de San Remo...Música francesa...

Cada bolachão preto era ilustrado por histórias que ela me contava para que eu entendesse o "contexto" das criações. Quando não eram histórias das músicas e dos compositores, eram histórias ligadas a importância de tal música em sua vida.
A família de minha mãe, acho que já contei - afinal, são quase 300 posts já - era musical. Alguns de nós ainda somos. Minha avó e tia-avó eram pianistas formadas. Vovó era professora de piano. O seu piano de armário ainda está na casa do Rio. Minha mãe tocava de ouvido, assim como eu faço ao piano, obviamente com mais facilidade em alguns tipos de músicas que em outras. E assim são meus primos. Instrumentos de sopro, ninguém do lado de lá. Do lado de meu pai, havia ele, que além de piano, tocava trompete de pistons e flauta.
Recentemente peguei todos os LPs de meus pais e mandei copiar em outra mídia mais "moderna"...as capas contém dedicatórias: dele pra ela, dela pra ele, deles pra mim e assim por diante. Futebol & arte, dá nisso.

12 de mar. de 2009

Madura de cair do pé

A maturidade me pegou...
Será? Há quanto tempo? Ou ainda não? Ou nunca?

Olho no espelho e não sou mais a mesma pessoa. Demorou muito pra esta "ficha cair" (odeio clichês, mas odiá-los é fechar os olhos para o que é óbvio e simples.Isto não é inteligente.)
Por que estereotipar atos e atitudes como certos ou errados?

Dois aspectos são contundentes em minha vida: a minha própria trajetória de vida, e o fato de ser "comunicóloga"...palavrinha feia, mas é isso o que é quem faz comunicação social.

Estas duas realidades tem determinado o modo que achei de agir perante a vida. Nada pode me definir. Nada e ninguém é definível. Abomino rótulos. Acredito piamente no poder da transformação. No poder da vontade que reside em nosso íntimo.

Reinventar-se, ou morrer. Esta frase é muito óbvia pra nunca ter sido dita, mas é a MINHA frase. O dia em que eu não tiver mais esta curiosidade felina e me submeter aos conceitos, "pré"-conceitos e estereótipos, me jogo no lixo. Enquanto eu puder transformar o dia de alguém e ir deitar mais inteligente do que acordei, continuarei feliz.
O dia em que eu me tornar tão ignorante a ponto de achar que sei tudo e que somente as pessoas que vestem roupas "de felizes" podem me ensinar alguma coisa, neste dia eu não serei mais eu.

Acredito que pessoas mais simples tem muito mais a nos ensinar que os envernizados que desfilam por aí em seus carrões último tipo. Os mais humildes são os verdadeiros baús de riqueza. Eles é quem conseguem resistir, sobreviver, apesar de TODAS as intempéries, das histórias cruéis, das adversidades. É com eles que eu gosto de conversar.

Não significa, porém, que eu seja socialista. Significa apenas que a riqueza que eu ardentemente procuro é a de vida, de conteúdo, de cultura profunda e geral. Não me interessam marcas de vestidos ou bolsas. E nem sou cega a estes apelos, mas existe uma racionalidade em meus impulsos e há muito tempo uma bolsa ou sapato deixaram de me fazer feliz. O que me faz feliz são os projetos, as realizações e, sobretudo, conversas inteligentes e de conteúdo. Aprender. Isso é o que me faz feliz.

Se isto é ou não maturidade, não sei. Apenas me peguei refletindo sobre algumas atitudes e perguntando a mim mesma o quanto fazer "isto ou aquilo" é maduro, ou não. Deito e rolo com a Betinha no chão e pareço mais infantil que ela, mas ainda assim nunca fui tão sensata e coerente.

Sei com total clareza que:

- somente os semelhantes de pensamento se atraem;
- dinheiro oferece acesso à felicidade e estudo, mas não fazem ninguém mais feliz ou mais inteligente;
- tudo, absolutamente tudo, depende de nossas atitudes. Que as mais tolas e as mais desatentas, exercerão influência em nosso futuro;
- é muito mais fácil promover a guerra que a paz;
- o ser humano, no geral, possui uma curiosa tendência a auto-destruição;
- o homem se compraz com a falta de sorte alheia, como remédio pras suas próprias frustrações;
- ninguém e nenhum amor é verdadeiramente nosso, já que nascemos e morreremos sozinhos. E que, portanto, ciúmes e brigas são total perda de tempo;
- ninguém tem o direito de me roubar o meu tempo ou me trazer infelicidade;
- tenho a opção e o digno direito de não me unir aos derrotados, cansados e lamuriosos;
- os amigos oferecem a forma de amor mais genuína que existe.

E, pra fechar, de Einstein:
HÁ 2 FORMAS PARA VIVER SUA VIDA.
UMA É ACREDITAR QUE NÃO EXISTEM MILAGRES.
A OUTRA É ACREDITAR QUE TODAS AS COISAS SÃO UM MILAGRE.


Sexta-feira o bicho pegava

Sexta-feira, almoço...

Pra mim, cedo. Para o meu pai, tarde. Muito tarde...Ele deveria estar no campo às 14h e almoçar às 13h era inconcebível. Motivo de brigas.
Quem conheceu meu pai sabe que a garganta dele não perdoava...Que voz gutural. Parecia um leão rugindo. E o vocabulário? Requintado como o de um jogador de futebol....Epa! Mas o motivo da briga era esse: ele TINHA QUE chegar às 14h no campo.

Nãooooooo....o jogo, propriamente, não era às 14h. Quem poderia se dar ao luxo de largar tudo sexta-feira às 14h e ir para o futebol??? QUem??? Só ele, o Prof. Hildo. Sexta-feira, esqueça. Era o dia do futebol com o time mais importante (ele tinha outros times em outros dias da semana, mas isso eu conto depois)...E então, pra que chegar tão cedo, pai???

Não havia motivo. E essa falta de motivo somada a ansiedade por chegar mais cedo eram um grande MOTIVO pra infernizar a vida da minha pacífica e educada mãe....Ela ficava nervosa e não via a hora do marido sair..."Que sossego, ela dizia...Sexta-feira é o dia da semana que eu mais gosto...O Hildo não vem jantar, posso sair com a Pati e voltar tardão... Ninguém pra me aborrecer...Ele só chega depois da meia-noite..." (mal poderia imaginar que ela viria a nos deixar numa sexta-feira, dia em que meu pai não pode ir jogar futebol...Lembro dele dizer sobre o seu corpo, no caixão: parece que ela fez de propósito, bem no dia do meu jogo...E mamãe morreu, acreditem, sorrindo. E assim deixamos sua expressão para a eternidade. A mulher que viveu rindo, não poderia morrer de outra forma).

Mas voltemos à sexta-feira...almoço agitadíssimo. Mamãe, cozinheira de mão cheia, fazia milhares de pratos cheios de amor. Coisas que meu pai gostava, coisas que eu gostava e coisas que outros gostavam. Era uma variedade de delícias sem tamanho...
Quanto mais meu pai a apressava, mas as coisas se atrasavam. E ele ia e voltava perguntando se ia demorar muito, ameaçando não comer nada... Minha mãe, nervosa, colocava a mesa e alardeava: tá pronto.
Era, obviamente, apenas uma tática de minha mãe. A coisa estava "quase" saindo.
E, é claro, funcionava de maneira pior: quanto mais sentado ele ficava, mais irritado e esbravejante era o resultado...
E se o tal do Jorge ligasse, era pior. Jorge é um advogado amigo dele que era mais ansioso ainda. E pressionava meu pai, que pressionava minha mãe, que pressionava a emissão de ácido gástrico no seu estômago e sinalizava uma gastrite.

Putz que confusão. Era o canal de esportes ligado numa mesa redonda, o rádio ligado em programa de debate de futebol, bolsa com uniforme, chuteira, meias, toalha de banho e sabonete com capim (é, não me perguntem como) pendurada na cadeira, meu avô sentado no seu lugar de sempre no sofá ou o vô Afonso a atrapalhar ainda mais a vida da minha pobre mãe, levantando as tampas de panela pra ver o que tinha de bom...e também a "apurar" mamãe já que o "guri" (meu pai), estava com pressa. Nesses dias eu me arrependia de vir almoçar em casa...Mas ainda bem que sempre vim...

Não raro o volume da televisão, do rádio e da voz do meu pai eram tão altos que nada se ouvia com nitidez... O almoço era servido. Meu pai olhava, pegava, comia, repetia, e dizia que faltava alguma coisa. Sempre.
Minha mãe olhava, pegava pouca coisa e dizia que havia perdido a fome.
Eu olhava, pegava, comia, dizia ao pai que ele estava estressado. Assim...até ele finalmente sair...Ufaaaaaaaaaaa...q alívio!!!!

Agora, pra que chegar tão cedo no campo? Se não havia ninguém? Pra cheirar a grama, procurar por vestígios no imaculado campo, olhar e pensar em alguma coisa...arrumar a mesa do 21, pois dali a alguns minutos chegariam mais sem-nada-pra-fazer para jogar com ele. Bater uma bola com algum garoto mais novo e que tivesse vontade... Ensinar dribles...arrumar a súmula. Tantos detalhes que nem em Copa do Mundo deve existir...
Respirar futebol até o jogo. Jogar nas 4 partidas, ser o artilheiro...É!! ele era capaz de jogar nos 4 times que se formavam...Ninguém aguentava. Saúde e preparação física de ferro! Somente um acidente mesmo pra lhe tirar a vida. Fosse por conta fisiológica, jamais morreria!
Depois do jogo, grupos de 4 ou 5 amigos eram responsáveis pelos jantares...Que eram ótimos, por sinal...E ali ficavam, até 1, 2, 3h da manhã...

Necessidade

RE-INVENTAR-SE, ou morrer.

Negócio da China

Estava aqui...1h45 de quarta-feira, a conversar coisas e mais coisas desconexas e de cultura geral que exigem uma certa dose de inteligência do outro lado...
Compilei vários Cd´s de Soul&Blues e somente depois de "anos"! descobri que o Dani tem um mac, e não pc...tive que reenviar as músicas uma a uma...deu pau no hotmail, usei o gmail...
Vem Elvis cantar suas músicas mais nervosas e ihuuuu, empolgantes... digo pro dani:
- vamos pra Menphis!!!!
- fazer o q?
- ver Elvis, ora!!!!
- Elvis morreu.
- ah nãooooooo, vc é uma das milhares de pessoas que acreditam que ele morreu???? Vamos no 2o andar da casa dele que eu te mostro! Não pense como os milhares do quadradinho...há tanta coisa legal logo "ali"

E assim segue nossa conversa... mandarim pra qualquer outro que não nos conheça. O dani é o amigo perfeito, inteligente, paciente, bonito, pena que é assexuado. Pra mim, pelo menos. Sabe qdo vc já gosta tanto da pessoa que ele vira sua amiga???? Sua grande amiga? É...mas ele é um dos poucos que consegue ser tudo isso sem esforço.
Tenho certeza que minha amigas queridas vão pular no pescoço dele quando ele vier pra cá... mas vou logo avisando: não esperem que ELE tome iniciativa. Ele é tímido e um pouquinho grosso - dizem - mas não comigo, comigo ele é muito legal. Mas antes eu verei qual de vcs irá merecer ser apresentada a ele. Portanto, me tratem bem até lá.

10 de mar. de 2009

O caso do cachorro roubado


Coraçãodemanteiga foi à padaria.
No caixa, viu um cartaz com uma foto de um cãozinho cuja família ofertava recompensas por quem tivesse notícias.
Coraçãodemanteiga disse à moça do caixa, que por uma incrível coincidência chamava-se "Caixa"...
- Tadinho do bichano...coitados dos donos...
Pagou a conta, pegou suas recheadas sacolas de pães de queijo quentinhos e saiu. Alguma coisa, porém, fez Coraçãodemanteiga voltar e ler o cartaz novamente, olhar o cão, o telefone dos donos...e, após tempo suficiente para desenhar o cartaz de olhos fechados, foi-se embora...

No caminho, Coraçãodemanteiga passou na casa de uma tia. A tia "Adorofazerbolos" que, obviamente, convidou-a para experimentar 3 novas receitas de bolo...Adorofazerbolos tinha mão pra coisa. Seus bolos e tortas cresciam, ficavam macios, molhados e tinham recheios deleiciosos.
O café e a prosa estavam boas e eis que chega seu primo, "Surfistaprateado", e dois amigos...

O primo pergunta: cadê cachorro, mãe?
... na vó...fazendo xixi por tudo e brincando com a Peluda...
...mas o pai falou que tem um anúncio na padaria e no mercadinho...
...ah, mas esse cachorro tem alguma coisa errada. Ele é mudo!!! Vc já viu algum cachorro mudo, Coraçãodemanteiga?
...não...mas ele entende linguagem de sinais???
Surfistaprateado e seus amigos acharam a maior graça, só que não era uma piada.
E deu-se início à discussão: mãe, se o cachorro tem dono, tem que devolver.
...Mas se eles cortaram as cordas vocais dele pra não latir? Isso é crime. Aí eu não devolvo.
...Mas se eles fosse ruins não ofereciam recompensa...e tem até uma criança doente...
...papo-furado, apelo melodramático banal...aposto que não tem criança nenhuma. Ninguém, em sã consciência, teria um cachorro daquele tamanho - micro - com uma criança por perto...

Hoje, Coraçãodemanteiga volta à padaria. O anúncio do cachorro no mesmo lugar. Só que, engraçado, parece que ele está olhando pra ela... Pode ser impressão, ou o grilo falante que existe em sua consciência e que sofre de empatia coletiva, dizendo que não é justo ser cúmplice de um sequestro. Mas como denunciar e estourar o cativeiro da mãe de Adorofazerbolos???
Veio pra casa. Mas a dúvida persiste.

Fulana, Beltrana e Aqueleum


Fulana era amiga de Beltrana.
Fulana ajudou, como pode!, Beltrana a conquistar Aqueleum. Tudo indicava que Aqueleum cederia ao assédio de Beltrana. E Fulana, querendo a felicidade da amiga, até rompeu sua amizade de longa data com Aqueleum.
Fulana possuía algumas amigas da Família Fura-Olho. Mas apesar da convivência, não concebia tal rasteira.
Apesar de Fulana ter sido a responsável pelo encontro do casal e articular mile estratégias para o negócio dar certo, Beltrana acabou morrendo de ciúmes de Fulana porque Aqueleum não parava de falar da amiga...
Enfim, Beltrana afastou-se e Fulana achou que tudo estava bem.

Com o tempo, Fulana percebeu que Beltrana só se aproximava quando acontecia alguma desgraça entre ela e Aqueleum. Era certo. Brigassem, lá vinha Beltrana chorosa e aí Fulana servia como amiga novamente.
Até que, certa noite de lua cheia, Beltrana desenvolveu alguma psicose por Aqueleum que, obviamente não aguentando, comprou, para Beltrana - e não para Fulana, fique claro - uma passagem de ônibus para Oraioqueoparta, cidade muito frequentada por "gentes da Família Pegam Nopé-à-beça".
Não deu outra, Beltrana comprou um cartão telefônico e foi até o único orelhão da cidade. Encontrou uma fila que dava a volta no quarteirão, cheia de primos e tios da sua família (a Família Pegam Nopé-à-beça)...Após 6 horas de espera, ligou para Fulana e chorou as pitangas de todas as árvores de Oraioqueoparta.

Certo dia Fulana foi chamada por Beltrana no msn - era raro, já que Beltrana era esquiva a estas novas tecnologias - e papo vai, papo vem, dá-lhe a pergunta por Aqueleum...ao que Fulana respondeu...não sei, eu cortei relações com ele por causa de vc...
...ah! disse Beltrana, vc não tem nada aí dele de recordação???

Fulana tinha várias fotos de festas e passeios em comum. Na verdade, Fulana sempre foi muito mais amiga de Aqueleum que de Beltrana. Mas foi contaminada pela pena e, pra variar, colocou outra pessoa em primeiro lugar (Fulana tinha este problema...sempre se preocupava mais com qualquer coisa, que com ela mesma...).
Mesmo considerando que não seria bom Beltrana rever imagens d´Aqueleum, enviu todas as fotos arquivadas. Milhares. E Beltrana adorou. Fulana, por fim, pensou: ela já é bem grandinha,não sou eu que vou falar o que ela deve ou não fazer...
Passados alguns dias, Beltrana - virtualmente - a chamou na rede: vc tem o telefone dele? É que eu perdi minha agenda, meu celular quebrou...

Fulana pensou mas não disse: sei...típico ataque de raiva feminino...
Tenho: é 9999999999.
E aí emendou:
...nossa!!! ontem ele ficou "on" umas 7 horas seguidas...e vc estava off (Fulana não achava isso estranho, já que ela era habituada a este ambiente - aliás, vivia mais no mundo virtual que no real - por isso mesmo estranhava quando "terráqueos" adentravam na rede...)
Beltrana respondeu: é mesmo???????

Desde então não se falaram mais. Fulana está preocupada porque Beltrana está online há 240h, cerca de 10 dias seguidos. Por que será??? Ela sabe porque. E só se pergunta o que estimula uma pessoa a tamanha exposição...

9 de mar. de 2009

Futebol-futebol-futebol-futebol


"Washington passa para Assis que dá um olé no zagueiro do São Paulo...a zaga se arma na grande área, Assis pra Branca de Neve, Branca de Neve de toquinho pela esquerda passa novamente para Assis que arruma a bola no calcanhar e chuuuuuuutaaaaaa ....mas Zé Dirceu espalma a bola e joga pra fora...uhhhhhhh...zero a zero é o placar na Baixada rubro-negra...é falta na grande área, Miltinho continua no chão...é, parece que a falta do atacante do SP tira Miltinho de campo...Geraldino e o Prof.Hildo preparam Roger para a substituição...é bola rolandoooo"


MãaaaaaeeeeeeeeenheÊÊÊ!!! É o pai correndo em volta do campo!!!
Mãe, Cássia, Tio Aragão, Tia Hilda e Vinícius concordam.



"...e agora o comentário de quem entende de futebol...Boa-noite Prof. Hildo, o que você tem a comentar sobre o Atletiba de hoje à tarde?...
Boa noite Léo e ouvintes, boa noite pra minha filhinha e minha esposa Mariuccia.."



Foi em meio a jogadores, súmulas de jogo, bolas, muitas bolas mesmo!!! chuteiras, meias, uniformes, apitos, medalhas, faixas de campeonato, recortes de jornal, radinhos de pilha sempre ligados em algum jogo de futebol que não passava ao mesmo tempo no TV (que exibia outro jogo), futebol, futebol, futebol...cresci assim.

Frequentando concentrações, acompanhando treinos, assistindo a jogos que pareciam nunca ter fim e passando finais de semana em campos inimagináveis, onde o que eu mais esperava era o delicioso e suculento pão com bife servido após os jogos. Não sou fã de carne, mas pão com bife de estádio de futebol é um dos meus pratos preferidos. Chego a sentir o cheiro e o gosto faz juntar água na boca.

Minha 1a lembrança neste ambiente tão familiar é de uns 3, 4 anos de idade. Pirralha metida, intimei Aníbal Kury (chefão do Atlético Paranaense) com um chute em sua gorda perna de senhor obeso, puxando-o pelo pano das calças e protestando contra o atraso do "bicho" do meu pai. Eu sabia que o "bicho" era importante, fazia minha feliz, era guardado na gaveta da sua penteadeira e rendia muitos presentes pra mim e aos meus primos. Mas não sabia exatamente que bicho era.

Hoje olho um campo vazio e tenho vontade de chorar. "Cada louco com suas manias!" Isso só começou depois da morte de meu pai. Eu nunca conheci alguém tão fascinado por futebol. Uma paixão desenvolvida desde moleque, quando repetiu a 1a série do Grupo Escolar Caramuru três vezes por conta de suas escapadas diárias (destino: campinho de várzea ao lado da linha de trem).

Ele apanhava do meu avô, mas não doía muito - colocava papelão no bumbum pra amortizar as cintadas. Não adiantava. Tomou gosto pela escola mas nunca perdeu um jogo sequer. Saía escondido de casa e dormia sujo com o uniforme do jogo, sem ninguém perceber que havia escapado.

Ele não apenas gostava de futebol. Tinha talento, enchia os olhos de quem o assistia jogando. Atacante dos principais times profissionais da época, foi convidado duas vezes pra jogar no Botafogo e uma vez pelo Fluminense. O pai, getulista, disse que futebol não era carreira e obrigou o filho a seguir na Aeronáutica.

Ele devia estar tão infeliz que logo após, já como Professor, começou a treinar alguns times. Foi chamado pelo Atlético Paranaense e tentou levar as duas coisas: a disciplinada vida de militar e a instável mas emocionante vida do esporte. Não foi possível. Teve que optar: e optou pelo futebol.


E mais tarde eu acabo de contar a história de um homem que amava o esporte, qualquer esporte, mas amava muito mais o futebol. E de como eu não me tornei nem sapatão e nem zagueira.

8 de mar. de 2009

Dia da Mulher. E dia do Homem, tem?

Isso é o cúmulo do preconceito: a instituição de um dia para alguém que supostamente precisa ser reverenciado porque todos os outros 364 dias é esquecido?!?
Entrei no supermercado e dei de cara com aqueles pallets cheios de flores. Entre as seções, mais ilhas "formosamente" compostas com flores embrulhadas em suspeitos papéis de presente, contemplados com laçarotes brilhantes de uma cor que só é possível nestas fitas.
Outra seção, bazar. Panelas e travessas seguram, humildemente, plaquinhas que lembram o dia da Mulher.
A essa hora eu já estava muito irritada e procurava o gerente da loja com fúria uterina. Se eu encontrasse alguma vassoura com lacinho, dava na cabeça dele!
Pra começo de conversa, ao chegar no tal lugar e ver tantas flores, associei a decoração ao dia de Finados...só depois é que lembrei...com alguma resistência.
Quem pode se sentir feliz ao ganhar um vaso de flores do Wal-Mart, hã? Ou então um jogo de panelas? hein???
Eu não acho que alguém vá me presentear por esta data. Mas se eu corresse este perigo, provavelmente passaria o dia trancada em casa ou lá na estância - lugar longe o suficiente pra qualquer achado.
Parabéns por ser mulher, ganhar menos que os homens, menstruar todo mês, ter TPM, ser responsável pela procriação da espécie, amamentar, cultivar problemas hormonais até morrer, ter metade do colágeno que os machos possuem na pele e ser o mamífero com mais celulite, culotes e gorduras localizadas da face da Terra.
Bom né?

Últimas notícias

Aurelinho está em casa. Foi liberado em regime semi-aberto. Poderá passar o final de semana comigo e segunda-feira volta para nova avaliação do Dr. Humberto.
Tudo dependerá do seu apetite. Ele está bem magrinho, é natural, mas não apresenta mais a insuficiência respiratória de antes. Por conta disso eu declinei de alguns convites para hoje à tarde e agora à noite. Ele vale mais a pena pra mim. Mais até que o show do Kiko Zambianchi - o que é uma pena, porque eu gosto das músicas do cara (mas depois a Carmen me conta como foi).

6 de mar. de 2009

Fernanda "Schina" e Pati C.

Tá bom, tá bom...
eu nunca vou falar nada de mal da Fer e da Pati
não é porque elas me intimaram com essas coisas do blog (a Fer me ameaçou vai....)
mas é porque elas são minhas amigas do coração
se eu falasse mal delas, estaria falando mal de mim mesma
não seria a lógica?
todos temos um pouco dos nossos amigos, e vice-versa...claro
ainda mais quando são tão autênticos
e se aparecem muito nos assuntos, é porque são fundamentais em nossas vidas.
Pati C e Fer: amo vocês, suas XAROPESSSSSSSSSSSSSSSSSSS

Afogamento

Todo mundo conhece a expressão "quando a água bater na bunda". Não requer explicação, ou requer?
Estou sentindo a maré encher. E isso me lembrou de...

"Por duas vezes, quase morri afogada. Sem metáforas.
A 1a, ainda pequena, quando minha mãe deu a colocar em prática um maldito artigo de revista feminino que relacionava o impacto das ondas do mar no corpo como revolucionário método para acabar com celulites e gorduras.
Acaba mesmo. É verdade. Já que, a segui-lo á risca, em 24horas você estará com pele tão rígida e dura quanto um cadáver. Porque você será o próprio.

Eu ainda era criança e não sofria destes males hormonais, mas já possuía o defeito da empatia. Assim, quando minha mãe entrou no mar, resolvi ir junto - afinal, eu era a Mulher-Maravilha e, qualquer problema, estava ali para salvá-la.
O fato é que em pouco tempo tive que ligar para a Sala da Justiça e clamar pelo auxílio de outro Superamigo. No caso, o meu pai. Rapidamente ele se transformou em Aquaman e nos tirou da roubada.

* * *
A 2a vez, se acontecesse, seria homicídio. Eu, a vítima. No caso clássico da piscina. Uma de minhas primas inventou de se atirar n´água, assim como eu. A diferença é que sempre fui um peixinho. Mas se alguém maior que você resolve fazer sua cabeça de salva-vidas, não há peixe que resista.
Mais uma vez Aquaman estava por perto. Ele era um grande atleta. E nos salvou. Confesso que a raiva que senti da prima era motivo de jogá-la na piscina novamente, com uma bola de ferro no pé. Mas passou. E estamos vivas, embora Aquaman não esteja mais aqui pra nos salvar.

Minha prosaica vida

Estou muito determinada a mudar o nome deste blog para: a prosaica vida de...
Fatos estranhos ocorrem nesta lua.
Tia Rita (mulheres-de-venus.blogspot.com), curiosa de plantão, descobriu aspectos extrafísicos e astronômicos relacionados à passagem do Lulin pelo nosso planeta.
O cometinha é do mal. Como nós e alguns poucos tomamos o cuidado - como hábito de pessoas meticulosas, precavidas e um tanto escaldadas pela vida fazem, em não diminuir a importância de um fato somente porque não o conhecemos - de alertar aos nossos pares sobre a passagem de tal massa incandescente, fomos liberados de seus efeitos colaterais. Não porque o cometa seja piedoso, mas porque respeita quem o conhece. Enfim, a energia vibratória e espectral do Lulin já começa a ser sentida mundo afora. A economia americana resiste, como todo patriota americano, titubeia, cai e levanta. O número de portadores de HIV triplicou. A OMS prevê falta de alimento para 65% dos países em 2030. Só aqui, curiosamente, aqui no Hemisfério Sul e abaixo da linha do equador, as coisas vão bem, quando o resto está mal.
Mas...que dane-se o mundo, que eu não me chamo Raimundo!...ou ainda: quero que o mundo acabe em barrancos pra morrer escorada!!!...hummm...será?
* * *
A maior das vaidades reside no ato do altruísta.
O altruísta, mesmo anônimo, sente profundo prazer pelos seus atos. A barganha que o sujeito faz não é com humanóides como eu e você. O genuíno altruísta barganha com Deus. É...o Todo-Poderoso é alvo de sua caridade, já que o altruísta espera ser resguardado das desgraças prosaicas em troca de seu saldo na conta corrente celestial. Eu já fui altruísta dessa forma. E não há quem não o seja. O cúmulo da vaidade humana é achar que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. O homem, neste raciocínio, é criatura perfeita, tão perfeita que até o criador quer imitar...Santa arrogância divina!
* * *

Livro de um publicitário norte-americano, embasado em um suspeito estudo neurológico, afirma que a capacidade de aprendizagem do homem estagnaria entre 35 e 40 anos. O estudo e o autor, que por sinal encontra-se muito feliz e orgulhoso de sua obra-prima, afirma que o processo é fisiológico. E pronto.
Eu discordo com fartos argumentos. A perda da capacidade de aprendizagem é puramente sociológica. Como o seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida. O ambiente faz o homem, embora este tipo de afirmação seja redundante e esbarre em dialética semelhante: "quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?".
É inconteste: estímulo social e B12 suficiente para tonificar "nervos" e músculos, faz até a Carla Perez ficar interessante. Isto, se ela tivesse vontade, o que não é o caso. Então, retifico a máxima e incluo: estímulo social, B12 e vontade faz o homem aprender até seu último suspiro.
O que existe como determinante na falta de aprendizado é a acomodação. Eu, por exemplo, desde que um amigo contou que o Pasqualle Cipro Neto disse, confortavelmente, que fará uso da antiga escrita até 2012, relaxei e voltei a escrever da forma que aprendi. Inclusive com a indulgência em cometer erros que já não se enquadram nesta ou naquela categoria.

* * *

Para completar a lista de trivialidades, recebo hoje a visita de um agente da prefeitura que alerta que "Quaresma é tempo de lobisomem". Isto mesmo.
Não deixa de ser curioso. E lamentável. Imaginei que meus companheiros que atendem a Pref.Municipal de Curitiba fossem autores da cômica campanha de vacinação em cães e gatos contra raiva, que utiliza de um signo popular e arcaico como mote para chamar a atenção para a peste. Mas não, o tema foi criado dentro do departamento de criação da prefeitura. Acredito seriamente que em algum dos seus cafés democráticos, que reúnem desde assessores até copeiras.
Ora, o mais interessante é que minha empregada passou a repetir tal expressão como se buscasse alguma verdade oculta.
E eu imaginei o agente da prefeitura como o "cavaleiro sem-cabeça", vestido num figurino medieval, montado em um cavalo branco de olhos ferozes.
A única coisa que motiva a aderir à campanha é o calor que anda se exibindo por estas bandas. Sim, porque minha criação cristã imediatamente desenvolveu empatia pelo pobre jungle man cabeludo e imaginei que, caso ele apareça na chegada da lua cheia, vá sentir muito mais calor que eu.
e pra mantê-los atualizados dos acontecimentos de patópolis, vai a última lição...
sempre há um grande ruído entre emissor e receptor
nunca confie cegamente no trabalho alheio...pelo menos se vc tiver certeza de que há uma grande diferença cultural entre quem manda e quem obedece...
mesmo que sejam flores, flores podem doer...e muito
um de meus hábitos herdados da minha avó paterna...jardinagem
não sou daquelas que regam o jardim religiosamente....Confio nos céus para isso. mas tenho a chamada "mão boa!"...
"mão boa" é aquela que planta qualquer coisa e esta qualquer coisa, pega
não uso de artifícios para a manutenção de meu pequeno espaço verde...
mesmo não sendo das mais atentas, adoro minhas plantinhas, ervinhas, arvores e etc
adoro ver o poder da vida tomando forma, se transformando, florescendo,frutificando...
e desta forma, tenho ciúmes do meu eleitorado
o jardineiro chegou e perguntou: posso cortar aquele mato lá na frente?
eu entendi que o mato era "o" mato que vinga à frente da minha casa, do lado de fora do muro, entre as pedras da calçada...
jamais imaginaria que ele chamaria de mato as plantas cultivadas há anos
quando eu vi, já era tarde
mas q PQP! agora tenho que fiscalizar a poda do jardim?
o sujeito "assassinou" o meu jardim
isso deveria ser motivo de prisão
eu nem tive coragem e força pra analisar o que sobrou das raízes
e meu pé de caqui? aliás,o pé de caqui do meu pai??? ele deixou no tronco...
ele não morreu, mas por pouco
e em maio é época de caqui...seria questão de dias pra comer caqui caindo do pé, sem agrotóxicos
por conta disso eu fui vil
e pra castigá-lo, atrasei o pagamento
pois não é o fim da picada eu ter que pagar por esse crime ambiental????
aqui em casa ainda temos muitos pés de laranja
limão-rosa
ameixa
mexerica
manjericão
alecrim
lavanda
e um jasmim-estrelinha que eu também plantei, perto da janela da sala de tv
quando o vento bate...hummm...vem aquele cheirinho pra dentro da sala
ahhh, e a Loló, como é baixinha, ao passear na grama, passa pelo pé de majericão...
ela vem toda perfumadinha...
ainda tenho umas cebolinhas, salsinhas, guiné e mais alguma coisa que comprei pra plantar...
quando meu pai estava aqui, inventou de fazer uma horta
deu certo. tínhamos couve-manteiga (que eu adoro), abóbora, cebolinha verde, tomate-cereja, chuchu (td bem, chuchu dá em qq lugar, mas agora q ele não está, não dá), alfaces e um monte de plantas medicinais
minha pequena floresta tropical

bons ventos

Só para não cair no hábito de me deixar vencer pelo sono e não postar...
desfazer-me de palavras, como bem disse o sábio Daniel
estes dias tem sido agitados, e quentes, e abafados
mas bons
melhor do que poderia imaginar
agora é apenas uma questão de disciplina, organização
quando os astros resolvem fazer a parte deles
qualquer vento ajuda...

2 de mar. de 2009

Calor e Rod Serling

a onda de calor repentina que inflama a capital paranaense trouxe também formigas aladas...
o dani disse que nunca viu isso...será? será que isso é mais uma coisa de sucupira? até pode. aqui é tudo tão estranho. pessoas estranhas. gente esquisita. clima louco. eu, hein?
isso me lembrou de um episódio do antigo Twilight Zone, de Rod Serling.
os clássicos "além da imaginação" sempre começavam com algum questionamento insólito e despretensioso...
este se passava numa cidade americana, uma metrópole...alguém se queixava do frio. expressava um desejo muito intenso de morrer de calor e pronto...abracadabra!!!
a cidade começava a ferver, esquentar...famílias congestionavam estradas na tentativa de fugir...um caos absoluto e árido. a energia e a água acabavam aos poucos...os habitantes esquecidos no lugar - entre eles o dono deste desejo infame - amargavam imensa sudorese e cansaço...tudo isso em PB, com uma luz clara e saturada no cenário, o que provocava, magicamente, sensação de desespero no telespectador...
não havia final feliz ou infeliz. a história deixava em suspenso o final, que era óbvio.
e eu adorava. a trilha e a abertura eram sensacionais.

a ditadura da bunda


Elas nunca irão conseguir.
Ouvia as vozes ecoando pelas costas...várias vozes, todas, literalmente, falavam para trás...

desde o maldito advento das mulheres-frutinhas e com a obesa-mor priscila que orbita no BBB9, (ostentando como se fosse bonito!!! quilos e metros de anca recheada e peito estufado) suspeitava disso...
desconfiava da manipulação da mídia e hoje, na revista de maior circulação nacional do país, estava a prova inconteste de suas suspeitas...
carnavalescas do brasil todo, unidas, comemoravam a volta da bunda grande...como se isso fosse algo que pudesse enfeitar seus currículos...

não havia sido inventado silicone anti-gravitacional, que ela soubesse. um dia, ainda que distante - as musas agora tem 45 anos - esse material sintético também iria cair... não adiantava malhação, botox, fio de ouro ou qq coisa assim...tudo vai cair...
enquanto isso, as bundonas que se divirtam...a bunda é uma coisa ingrata. o ícone máximo da vaidade numa sociedade consumista... e que relação pode haver entre a crise econômica mundial e a ascensão da bunda??? Freud não tá aí pra explicar, mas qualquer um consegue imaginar...
uma coisa que ela jamais colocaria na vida, seria prótese no bumbum...que sensação uma mulher normal pode ter ao pedir um manequim maior pra sua calça jeans? ela ficava extremamente preocupada...
estamos voltando aos tempos em que as mulheres usavam anquinhas e corselets por baixo da roupa... a anquinha dava aquela silhueta de sinhazinha, e o corselet proporciona esmagamento abdominal e empurra toda massa peitoral para cima... isso é feito com o auxílio de bisturis, atualmente...
as mulheres estão se tornando caricaturas delas mesmas...é como se pegássemos duas bolas enormes e no meio, colocássemos uma dona qualquer...mulher big mac... 2 hambúrguers, batata, queijo molho especial cebola e picles num pão com gergelim...é big mac

1 de mar. de 2009

Visitante inesperado

então eu não sei se foi devido ao calor...
eu estava ocupada me concentrando em tentar descobrir qual seria o poro de minha epiderme que verteria mais água...quando olhei pra a porta, uma visita inesperada!!!!!!!!!!

Minha mãe!!!! É, minha mãe estava ali, paradinha na porta, rindo pra mim...

Depois de uma leve tremedeira, eu disse:

- Mãe?!?!?! Mãe?, é você mesma??? (claro que era ela, só que mais nova...estava com uma roupa de verão, muito arrumada, cheirosa e maquiada, como sempre. acho que as coisas lá em cima não são muito diferentes...)
- filhinha!!!!
- Mãe, que saudade!!! nem acredito! você nem imagina o que eu tô sofrendo sem você... como é que você teve coragem de fazer o que fez comigo??? Você me prometeu mãe...eu nem sei por onde começar...

ela interrompeu...
- psiiiiiiiiiiiiiiii, calma garota...não precisa falar nada, a mãe sabe de tudo!
- a não, até lá você continua dizendo isso??? mas eu confesso que apesar da saudade, eu não posso negar que estou com muita raiva de você ter me abandonado aqui neste picadeiro...como é que vc teve coragem de se mandar, hein, mãe??? vc não sabe, aliás, diz que sabe, mas se sabe, por que deixou as coisas acontecerem do jeito que ocorreram???
- a mãe tentou te ajudar, mas você é muito cabeça-dura...quantas vezes, quando você esteve muito mal, eu não ficava ao seu lado sugerindo que você parasse de pensar besteiras???
- e você viu o que aconteceu com o pai? cadê o pai? por que ele não veio? você já encontrou com ele?
- seu pai ainda não pode vir. e hoje ele encontrou uns amigos e já foram jogar futebol...você sabe, eu sempre fui muito mais evoluída que ele...e depois eu acho que nem você está preparada... vc ainda está perturbada demais com o que aconteceu... e isso faz mal pro seu pai também...
- mas eu só queria conversar com ele mais uma vez. a última. só pra poder pedir desculpas pela discussão daquele dia...
- teu pai te ama...nunca ficou bravo com você...
- mas eu não me perdôo...eu acho que se eu tivesse ficado junto com ele, não teria acontecido...
- não diga isso...vc sabe que poderia ser bem pior...seu pai não estava bem. desde que eu deixei vocês, aliás...eu nunca imaginei que ele gostasse tanto de mim, sabia pati?
- pois é mãe...isso foi difícil pra todos... e os anos que passamos juntos, eu e ele, foram muito confusos e atribulados...eu só fiz merda...
- e continuou fazendo depois que ele se foi...aí é que você enfiou o pé na jaca...onde é que você estava com a cabeça, filha? você sabe que nós não aprovamos o que você fez!
- mas eu também não fiz tanta coisa assim, vai
- você se abandonou. você se prejudicou. cadê a minha patricia? que não tinha medo de nada? que não se sujeitava? que não se submetia?
- aiiii mãe... mas eu fiquei muito cansada, você sabe...
- e aquele sujeito...vc sabe o que eu sempre pensei sobre ele. e agora eu tenho ainda mais certeza pelas coisas que vejo...
- pois é mãe... mas o que que eu posso fazer? eu tô tentando...
- você deixou tudo parado, todas as tuas coisas, as nossas, a casa no RJ...como é que você abandonou tudo deste jeito???
- pombas, vc sabe que eu fiquei depressiva...
- mas eu tentei te ajudar, mas você resiste...e agora não dá mais, filha. você tem que resolver as coisas, não tem ninguém mais pra fazer isso...
- eu sei, mas é justamente por isso que eu tô cansada, com medo...
- e você acha que tem alguém melhor que você pra cuidar disso???
- eu queria sim...
- mas não tem.
- e se eu não souber o que fazer? se eu fizer errado? se eu falhar?
- não agir é a pior solução que você está tomando...mas eu tenho que ir...eu volto outra hora. agora você acredite um pouco mais...eu sempre estou por perto...da próxima vez quero voltar pra te mostrar que eu estava certa...
- mas espera mãe...me conte o que é que tem lá? o que vocês fazem? você não deveria chegar numa nuvem de fumaça cercada de querubins? e tudo em volta não deveria sacudir por causa do vento? e não tem trilha sonora esse encontro? vc continua ouvindo música alta? Mãe!!! Mãe, não dá pra dar um jeito no fulano aqui do lado??? po...não guento mais esse cara!!! hein???

minha vida de cachorra

estou sendo hipnotizada coletivamente. é a 2a vez que eu vou ao supermercado no mesmo horário em que a cidade inteira está lá. isso porque eu imaginei, nas duas vezes, que escolhera horários alternativos... o q aconteceu com as famílias domingueiras? as pessoas resolveram viver a mesma vida desregrada que eu??? isso é o caos!!!!
onde foram parar os almoços de família? as tardes de conversas jogadas fora? as filas na padaria pra servir aquele café da tarde farto e perfumado??? hoje, pelo menos, eu posso garantir que foram parar dentro do supermercado...admiro a disposição dessa gente, desses maridos, dessas crianças, dessas mães, dessas "qualquer coisa" que se submetem a este ritual capitalista de extremo sofrimento...nas duas vezes em que estive lá, larguei o carrinho em um corredor qualquer e saí correndo!!!ainda mais num domingo como esse, quente como o inferno!...

quente não! quente é pouco! só estou aguardando as chamadas dos telejornais locais para conhecer o número de vítimas de insolação e desidratação...

Em Curitiba o tempo é louco. Todo mundo sabe disso. Mas como hoje, eu não lembro!

Pior é que eu tinha vários compromissos. Como eram muitos, optei por não decepcionar ninguém. não seria justo. assim, não fui a lugar algum.

acometida por um calor súbito que me fez arrancar as roupas e permancer imóvel na cama, como um homem vetruviano, fiquei em estado de inércia e sono...não adiantou muita coisa...alguns poros da minha pele cismavam em derramar água pra fora...tentei ver de onde vinha, mas eles me enganavam, desviando minha atenção para lugares onde o suor já estava escorrendo... pensei que, se descobrisse o cabeça/o mandante entre tais poros, poderia fazê-lo parar de verter água...mas não deu. parece que o negócio dentro do meu corpo estava quentefervendo...

foi assim que aconteceu o estranho encontro desta tarde.

eu também não entendo as mulheres

eu sou mulher sim, e daí? e daí que se eu não fosse, seria gay. porque na boa, mulher quando enguiça, é um saquinho né mesmo????
a amiga reclama do sujeito. a história surge aos poucos (vc já não sabe que é assim? espere tudo fazer sentido e dê um veredito, ao invés de emitir opiniões que mudam de tempo em tempo!)

a 1a informação sempre é a derradeira e, invariavelmente acompanha um desfiar de baixa-estima intercalada por expressões shakesperianas trágicas de fim...
você, entre a cruz e a espada, pensa: o q q eu vou fazer? aí você resolve que a melhor coisa a fazer é levantar a amiga, já que o cara é um sem-vergonha...

não, mas é que eu falei assim antes...
hummm! é, mas de qq maneira ele não poderia ter feito TUDO isso... cachorro! parta pra outra...

mas eu não quero mais viver!!!!
(PQP!, vc está quase concordando com a atitude do famigerado..., mas seu lado Poliana reprime): maginaaaaaaaa... ele vai se arrepender, o belzebu vai pagar por isso...

quando a amiga percebe que você ficou tão inflamada que já é quase irreversível, começa a amenizar a situação pro lado do peão...
você percebe... há 3 horas naquela conversa mole, destila uma dose de verdade:
- mas vc quer saber? tu encheu muito o saco do cara!!!! ele é um santo! PQP! quem aguenta isso??? tu é muito chata, previsível e esse cara ainda deve gostar muito de vc, pq não é possível...

hã?!?! esfriamento momentâneo... vc perdeu a amiga, ela perdeu o namorado e ele... ele que se dane, oras!

até que no dia seguinte a amiga vem, alegre como você só a vê em estados de submissão emocional...uma novidade!!!! ah é? sua bolsa pra estudar fora? uma proposta de emprego ótima? convite pra sair em missão com os médicos sem fronteiras???

que nada!!! melhor ainda!!!

hã????

ele voltou!!!!

expectativas e paixões

logo que abri o email, recebi o post de uma amiga carioca. o blog dela é sobre política e relacionamentos. ela é socióloga e sabe como ninguém história da política brasileira e é uma mestra em articulações deste tipo.
quando ela fala sobre o assunto - que eu não gosto, mas só gosto quando ela comenta - fico de boca aberta...mas quando ela fala de relacionamentos...somos de chapas opostas...
ela me chamou no msn, contou uma novidade, eu respondi de acordo com o que penso...e aí deu pano pra manga...
ela me recomendou que eu mude pra lua, onde minhas "expectativas" só irão depender de mim...este foi o embate de nossa conversa..."expectativa".
pra mim, a culpa de tudo no mundo todo, é dela.

expectativa é a situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua probabilidade de ocorrência em determinado momento; também é sinônimo de desejar, ter esperança, esperar, aguardo, aguardamento ou, ainda: a espera que repousa numa probabilidade.
tudo na voz passiva...eu não gosto disso. eu aprendi a não gostar.

quando percebemos que não podemos fazer absolutamente nada em relação às expectativas alheias e que são elas a causa de toda nossa desilusão, nos tornamos mais centrados, menos exigentes e livres de decepções (pelo menos as decepções são menores...).
um exemplo tolo: meu gatinho está doente, internado. eu vou visitá-lo todos os dias. ele aparenta melhora ao me ver, responde aos estímulos e passa a interagir comigo normalmente.
eu me divido num dilema interno: ele vai melhorar? quando? estou fazendo o certo, ou é mais cômodo? o certo não seria trazê-lo pra casa? mas em casa eu não tenho como medicá-lo com as injeções e exames e tudo que ele precisa. Mas o carinho não cura? Cura, mas não tira água do tórax subitamente...epa,epa, epa!!!

racionalmente, o que eu POSSO esperar? que EU ofereça o melhor tratamento possível ao gatinho que tanto amor me dá. Isso é um fato, apenas. Não entramos no mérito emocional.
o que mais eu posso esperar e exigir: que o VETERINÁRIO, com seu poder irrestrito sobre meu gatinho, atendo-o da melhor forma possível. Fato.
onde está a expectativa: está na melhora do gato. Esta melhora depende dos meus recursos, do esforço do veterinário e, sobretudo, da vontade do gato.
É nisso que eu quero chegar. Eu tenho que fazer a minha parte com o que me cabe, oferecer carinho ao bichinho, demonstrar ao veterinário que eu estou atenta, cobrar informações que tenho o direito de saber.
Mas a cura do gato não é soberana à minha vontade. Se fosse, eu seria uma criatura onipotente.

E este é o termo exato para explicar todos os aspectos de nossos relacionamentos: onipotência.

quando criamos ilusões, expectativas em outras pessoas, estamos querendo, inconscientemente, provar a nossa onipotência em relação aquela situação ou aquela pessoa.
...fulano não gosta mais de mim. e eu não me conformo. como "ele" pode fazer isso comigo, depois de tudo o que fiz??? depois de "tudo" o que passamos? de "tudo" que eu fiz por ele??? percebem que está tudo no campo imaginário da pessoa que foi submetida a uma vontade que não correspondia à sua? é assim que a vida segue.
isso explica porque somos mais tolerantes e compreensivos com os nossos amigos. com eles, dividimos afinidades, não disputamos nada. não queremos subjugá-los à nossa pessoa. queremos que eles cresçam, prosperem, pois temos certeza que o nosso amor e carinho, não será abalado. não será abalado porque não esperamos nada que não seja inerente a este relacionamento. somos quem somos com nossos amigos.
não envergamos máscaras do nosso melhor personagem que, sendo personagem, vai nos abandonando aos poucos até mostrar totalmente o que somos.
não há disputa de poder, disputa de território. não há onipotência em jogo.

esta é a minha opinião sobre vida e relacionamentos. talvez, como ela diga, eu tenho que sonhar mais...mas eu sonho com o que posso realizar e me dê prazer. não necessariamente só com o que eu imagino que me faria feliz. se assim fosse, eu ficaria divagando sobre como seria ótimo se meus pais estivessem vivos...

cada um que tire suas conclusões. ela é uma mulher com mais paixões, e mais dores por causa delas. eu sou como você sabe.

desfazer de palavras


estou em crise criativa. me deu branco.
coloquei este anúncio pq é óbvio, simples e por isso mesmo, difícil de fazer.
o óbvio é isso. está na nossa cara o tempo todo, e não vemos.
até que alguém mais criativo ou menos complicado, veja. e aí está.
não tenho a ficha técnica agora. mas depois eu providenciarei. tbém acho o fim!!! qdo não dão crédito a quem merece...mas isso significaria uma busca que eu não sou capaz de fazer no momento.
este anúncio, aliás, não precisa de palavras. o cérebro processa imediatamente. e o crédito do título é do dani, do blog que todo mundo sabe que eu leio e cito várias vezes.
desfazer de palavras pode render uma cena e tanto. vcs são capazes de imaginar?