6 de mar. de 2009

Minha prosaica vida

Estou muito determinada a mudar o nome deste blog para: a prosaica vida de...
Fatos estranhos ocorrem nesta lua.
Tia Rita (mulheres-de-venus.blogspot.com), curiosa de plantão, descobriu aspectos extrafísicos e astronômicos relacionados à passagem do Lulin pelo nosso planeta.
O cometinha é do mal. Como nós e alguns poucos tomamos o cuidado - como hábito de pessoas meticulosas, precavidas e um tanto escaldadas pela vida fazem, em não diminuir a importância de um fato somente porque não o conhecemos - de alertar aos nossos pares sobre a passagem de tal massa incandescente, fomos liberados de seus efeitos colaterais. Não porque o cometa seja piedoso, mas porque respeita quem o conhece. Enfim, a energia vibratória e espectral do Lulin já começa a ser sentida mundo afora. A economia americana resiste, como todo patriota americano, titubeia, cai e levanta. O número de portadores de HIV triplicou. A OMS prevê falta de alimento para 65% dos países em 2030. Só aqui, curiosamente, aqui no Hemisfério Sul e abaixo da linha do equador, as coisas vão bem, quando o resto está mal.
Mas...que dane-se o mundo, que eu não me chamo Raimundo!...ou ainda: quero que o mundo acabe em barrancos pra morrer escorada!!!...hummm...será?
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A maior das vaidades reside no ato do altruísta.
O altruísta, mesmo anônimo, sente profundo prazer pelos seus atos. A barganha que o sujeito faz não é com humanóides como eu e você. O genuíno altruísta barganha com Deus. É...o Todo-Poderoso é alvo de sua caridade, já que o altruísta espera ser resguardado das desgraças prosaicas em troca de seu saldo na conta corrente celestial. Eu já fui altruísta dessa forma. E não há quem não o seja. O cúmulo da vaidade humana é achar que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. O homem, neste raciocínio, é criatura perfeita, tão perfeita que até o criador quer imitar...Santa arrogância divina!
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Livro de um publicitário norte-americano, embasado em um suspeito estudo neurológico, afirma que a capacidade de aprendizagem do homem estagnaria entre 35 e 40 anos. O estudo e o autor, que por sinal encontra-se muito feliz e orgulhoso de sua obra-prima, afirma que o processo é fisiológico. E pronto.
Eu discordo com fartos argumentos. A perda da capacidade de aprendizagem é puramente sociológica. Como o seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida. O ambiente faz o homem, embora este tipo de afirmação seja redundante e esbarre em dialética semelhante: "quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?".
É inconteste: estímulo social e B12 suficiente para tonificar "nervos" e músculos, faz até a Carla Perez ficar interessante. Isto, se ela tivesse vontade, o que não é o caso. Então, retifico a máxima e incluo: estímulo social, B12 e vontade faz o homem aprender até seu último suspiro.
O que existe como determinante na falta de aprendizado é a acomodação. Eu, por exemplo, desde que um amigo contou que o Pasqualle Cipro Neto disse, confortavelmente, que fará uso da antiga escrita até 2012, relaxei e voltei a escrever da forma que aprendi. Inclusive com a indulgência em cometer erros que já não se enquadram nesta ou naquela categoria.

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Para completar a lista de trivialidades, recebo hoje a visita de um agente da prefeitura que alerta que "Quaresma é tempo de lobisomem". Isto mesmo.
Não deixa de ser curioso. E lamentável. Imaginei que meus companheiros que atendem a Pref.Municipal de Curitiba fossem autores da cômica campanha de vacinação em cães e gatos contra raiva, que utiliza de um signo popular e arcaico como mote para chamar a atenção para a peste. Mas não, o tema foi criado dentro do departamento de criação da prefeitura. Acredito seriamente que em algum dos seus cafés democráticos, que reúnem desde assessores até copeiras.
Ora, o mais interessante é que minha empregada passou a repetir tal expressão como se buscasse alguma verdade oculta.
E eu imaginei o agente da prefeitura como o "cavaleiro sem-cabeça", vestido num figurino medieval, montado em um cavalo branco de olhos ferozes.
A única coisa que motiva a aderir à campanha é o calor que anda se exibindo por estas bandas. Sim, porque minha criação cristã imediatamente desenvolveu empatia pelo pobre jungle man cabeludo e imaginei que, caso ele apareça na chegada da lua cheia, vá sentir muito mais calor que eu.

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