12 de mar. de 2009

Madura de cair do pé

A maturidade me pegou...
Será? Há quanto tempo? Ou ainda não? Ou nunca?

Olho no espelho e não sou mais a mesma pessoa. Demorou muito pra esta "ficha cair" (odeio clichês, mas odiá-los é fechar os olhos para o que é óbvio e simples.Isto não é inteligente.)
Por que estereotipar atos e atitudes como certos ou errados?

Dois aspectos são contundentes em minha vida: a minha própria trajetória de vida, e o fato de ser "comunicóloga"...palavrinha feia, mas é isso o que é quem faz comunicação social.

Estas duas realidades tem determinado o modo que achei de agir perante a vida. Nada pode me definir. Nada e ninguém é definível. Abomino rótulos. Acredito piamente no poder da transformação. No poder da vontade que reside em nosso íntimo.

Reinventar-se, ou morrer. Esta frase é muito óbvia pra nunca ter sido dita, mas é a MINHA frase. O dia em que eu não tiver mais esta curiosidade felina e me submeter aos conceitos, "pré"-conceitos e estereótipos, me jogo no lixo. Enquanto eu puder transformar o dia de alguém e ir deitar mais inteligente do que acordei, continuarei feliz.
O dia em que eu me tornar tão ignorante a ponto de achar que sei tudo e que somente as pessoas que vestem roupas "de felizes" podem me ensinar alguma coisa, neste dia eu não serei mais eu.

Acredito que pessoas mais simples tem muito mais a nos ensinar que os envernizados que desfilam por aí em seus carrões último tipo. Os mais humildes são os verdadeiros baús de riqueza. Eles é quem conseguem resistir, sobreviver, apesar de TODAS as intempéries, das histórias cruéis, das adversidades. É com eles que eu gosto de conversar.

Não significa, porém, que eu seja socialista. Significa apenas que a riqueza que eu ardentemente procuro é a de vida, de conteúdo, de cultura profunda e geral. Não me interessam marcas de vestidos ou bolsas. E nem sou cega a estes apelos, mas existe uma racionalidade em meus impulsos e há muito tempo uma bolsa ou sapato deixaram de me fazer feliz. O que me faz feliz são os projetos, as realizações e, sobretudo, conversas inteligentes e de conteúdo. Aprender. Isso é o que me faz feliz.

Se isto é ou não maturidade, não sei. Apenas me peguei refletindo sobre algumas atitudes e perguntando a mim mesma o quanto fazer "isto ou aquilo" é maduro, ou não. Deito e rolo com a Betinha no chão e pareço mais infantil que ela, mas ainda assim nunca fui tão sensata e coerente.

Sei com total clareza que:

- somente os semelhantes de pensamento se atraem;
- dinheiro oferece acesso à felicidade e estudo, mas não fazem ninguém mais feliz ou mais inteligente;
- tudo, absolutamente tudo, depende de nossas atitudes. Que as mais tolas e as mais desatentas, exercerão influência em nosso futuro;
- é muito mais fácil promover a guerra que a paz;
- o ser humano, no geral, possui uma curiosa tendência a auto-destruição;
- o homem se compraz com a falta de sorte alheia, como remédio pras suas próprias frustrações;
- ninguém e nenhum amor é verdadeiramente nosso, já que nascemos e morreremos sozinhos. E que, portanto, ciúmes e brigas são total perda de tempo;
- ninguém tem o direito de me roubar o meu tempo ou me trazer infelicidade;
- tenho a opção e o digno direito de não me unir aos derrotados, cansados e lamuriosos;
- os amigos oferecem a forma de amor mais genuína que existe.

E, pra fechar, de Einstein:
HÁ 2 FORMAS PARA VIVER SUA VIDA.
UMA É ACREDITAR QUE NÃO EXISTEM MILAGRES.
A OUTRA É ACREDITAR QUE TODAS AS COISAS SÃO UM MILAGRE.


Sexta-feira o bicho pegava

Sexta-feira, almoço...

Pra mim, cedo. Para o meu pai, tarde. Muito tarde...Ele deveria estar no campo às 14h e almoçar às 13h era inconcebível. Motivo de brigas.
Quem conheceu meu pai sabe que a garganta dele não perdoava...Que voz gutural. Parecia um leão rugindo. E o vocabulário? Requintado como o de um jogador de futebol....Epa! Mas o motivo da briga era esse: ele TINHA QUE chegar às 14h no campo.

Nãooooooo....o jogo, propriamente, não era às 14h. Quem poderia se dar ao luxo de largar tudo sexta-feira às 14h e ir para o futebol??? QUem??? Só ele, o Prof. Hildo. Sexta-feira, esqueça. Era o dia do futebol com o time mais importante (ele tinha outros times em outros dias da semana, mas isso eu conto depois)...E então, pra que chegar tão cedo, pai???

Não havia motivo. E essa falta de motivo somada a ansiedade por chegar mais cedo eram um grande MOTIVO pra infernizar a vida da minha pacífica e educada mãe....Ela ficava nervosa e não via a hora do marido sair..."Que sossego, ela dizia...Sexta-feira é o dia da semana que eu mais gosto...O Hildo não vem jantar, posso sair com a Pati e voltar tardão... Ninguém pra me aborrecer...Ele só chega depois da meia-noite..." (mal poderia imaginar que ela viria a nos deixar numa sexta-feira, dia em que meu pai não pode ir jogar futebol...Lembro dele dizer sobre o seu corpo, no caixão: parece que ela fez de propósito, bem no dia do meu jogo...E mamãe morreu, acreditem, sorrindo. E assim deixamos sua expressão para a eternidade. A mulher que viveu rindo, não poderia morrer de outra forma).

Mas voltemos à sexta-feira...almoço agitadíssimo. Mamãe, cozinheira de mão cheia, fazia milhares de pratos cheios de amor. Coisas que meu pai gostava, coisas que eu gostava e coisas que outros gostavam. Era uma variedade de delícias sem tamanho...
Quanto mais meu pai a apressava, mas as coisas se atrasavam. E ele ia e voltava perguntando se ia demorar muito, ameaçando não comer nada... Minha mãe, nervosa, colocava a mesa e alardeava: tá pronto.
Era, obviamente, apenas uma tática de minha mãe. A coisa estava "quase" saindo.
E, é claro, funcionava de maneira pior: quanto mais sentado ele ficava, mais irritado e esbravejante era o resultado...
E se o tal do Jorge ligasse, era pior. Jorge é um advogado amigo dele que era mais ansioso ainda. E pressionava meu pai, que pressionava minha mãe, que pressionava a emissão de ácido gástrico no seu estômago e sinalizava uma gastrite.

Putz que confusão. Era o canal de esportes ligado numa mesa redonda, o rádio ligado em programa de debate de futebol, bolsa com uniforme, chuteira, meias, toalha de banho e sabonete com capim (é, não me perguntem como) pendurada na cadeira, meu avô sentado no seu lugar de sempre no sofá ou o vô Afonso a atrapalhar ainda mais a vida da minha pobre mãe, levantando as tampas de panela pra ver o que tinha de bom...e também a "apurar" mamãe já que o "guri" (meu pai), estava com pressa. Nesses dias eu me arrependia de vir almoçar em casa...Mas ainda bem que sempre vim...

Não raro o volume da televisão, do rádio e da voz do meu pai eram tão altos que nada se ouvia com nitidez... O almoço era servido. Meu pai olhava, pegava, comia, repetia, e dizia que faltava alguma coisa. Sempre.
Minha mãe olhava, pegava pouca coisa e dizia que havia perdido a fome.
Eu olhava, pegava, comia, dizia ao pai que ele estava estressado. Assim...até ele finalmente sair...Ufaaaaaaaaaaa...q alívio!!!!

Agora, pra que chegar tão cedo no campo? Se não havia ninguém? Pra cheirar a grama, procurar por vestígios no imaculado campo, olhar e pensar em alguma coisa...arrumar a mesa do 21, pois dali a alguns minutos chegariam mais sem-nada-pra-fazer para jogar com ele. Bater uma bola com algum garoto mais novo e que tivesse vontade... Ensinar dribles...arrumar a súmula. Tantos detalhes que nem em Copa do Mundo deve existir...
Respirar futebol até o jogo. Jogar nas 4 partidas, ser o artilheiro...É!! ele era capaz de jogar nos 4 times que se formavam...Ninguém aguentava. Saúde e preparação física de ferro! Somente um acidente mesmo pra lhe tirar a vida. Fosse por conta fisiológica, jamais morreria!
Depois do jogo, grupos de 4 ou 5 amigos eram responsáveis pelos jantares...Que eram ótimos, por sinal...E ali ficavam, até 1, 2, 3h da manhã...

Necessidade

RE-INVENTAR-SE, ou morrer.

Negócio da China

Estava aqui...1h45 de quarta-feira, a conversar coisas e mais coisas desconexas e de cultura geral que exigem uma certa dose de inteligência do outro lado...
Compilei vários Cd´s de Soul&Blues e somente depois de "anos"! descobri que o Dani tem um mac, e não pc...tive que reenviar as músicas uma a uma...deu pau no hotmail, usei o gmail...
Vem Elvis cantar suas músicas mais nervosas e ihuuuu, empolgantes... digo pro dani:
- vamos pra Menphis!!!!
- fazer o q?
- ver Elvis, ora!!!!
- Elvis morreu.
- ah nãooooooo, vc é uma das milhares de pessoas que acreditam que ele morreu???? Vamos no 2o andar da casa dele que eu te mostro! Não pense como os milhares do quadradinho...há tanta coisa legal logo "ali"

E assim segue nossa conversa... mandarim pra qualquer outro que não nos conheça. O dani é o amigo perfeito, inteligente, paciente, bonito, pena que é assexuado. Pra mim, pelo menos. Sabe qdo vc já gosta tanto da pessoa que ele vira sua amiga???? Sua grande amiga? É...mas ele é um dos poucos que consegue ser tudo isso sem esforço.
Tenho certeza que minha amigas queridas vão pular no pescoço dele quando ele vier pra cá... mas vou logo avisando: não esperem que ELE tome iniciativa. Ele é tímido e um pouquinho grosso - dizem - mas não comigo, comigo ele é muito legal. Mas antes eu verei qual de vcs irá merecer ser apresentada a ele. Portanto, me tratem bem até lá.