3 de fev. de 2009

A bunda

Havia uma bunda no meio do caminho.
No meio do caminho havia uma bunda.
Desculpe esculhambar sua poesia, Drummond, mas não me ocorre algo melhor.
Pode haver maior motivação para a caminhada diária que observar, poucos passos à frente, uma bunda enoorrrrrrrrme se deslocando, lutando contra a gravidade, para cá e para lá?
Se há, não conheço.
A bunda era infinita.
Começava no meio das costas, desenvolvia-se por meio metro em queda livre, e terminava no meio da coxa. Ou a menina tinha a coxa mais curta que eu já vi.
O que importa é que aquilo me motivou a pisar mais firme. Apertar o passo. E a rezar para que minha bunda nunca jamais fique daquele tamanho.
Eu tenho medo de bundas grandes.
Nossa sociedade não está preparada para lidar com elas.
Tanto é verdade - o tamanho da bunda - que eu tirei uma foto. Quando eu tiver saco pra descarregar, posto "a bunda".
E eu li que as musas das escolas de samba do RJ estão fazendo de tudo para aumentar suas medidas.
Por que criar um fardo tão desnecessário? Dá trabalho cuidar daquilo que trouxemos de fábrica. Colocar mais itens, então, requer trabalho dobrado.

3 comentários:

Anônimo disse...

esse lance de bunda me lembra uma poesia da Adélia Prado:
"As vzs deus não me tira a poesia...
Olho a bunda e vejo bunda mesmo"

se quiser ler a original, procure no google

Anônimo disse...

Pati, ainda bem que tem vc... Não suporta essa mulherada quer acha aquela bosta de Martha Medeiros uma guru!
Éca!
Luiz Henrique, o suspeito!

Unknown disse...

Haja saco pra tanta bunda!....rssss

Adorei o texto, Pati!
Beijos
Lia