8 de mai. de 2009

Catarse

Nossa, que coisa barraquenta este texto abaixo...
teve uma motivação, ok...mas não justifica o vocabulário escabroso do meu mentor Adamastor...
Adamastor é gay. Por isso entende tanto do assunto. Imagina se eu, uma moça fina, the perfect housewife, iria falar estas coisas...jamais-nunca-jamais serão...aiiii o Wagner Moura...
aquilo é um homem virtual...ele não existe...não é possível. Ou é um avatar.
É de arriar os 4 pneus, estepe e promover paralisia cerebral...
Mas voltando a motivação que Adamastor teve para aquele surto esquizopsicótico homofóbico...a razão foi justa, os fins não. No final das contas, deve ser assim que homem fala de bunda de mulher...
Em meu hobby predileto, o estudo da cabeça humana - o que vai dentro dela -, tal como Freud, baseio-me em experiências próprias para entender (entender e não concordar, alerto) algumas das mais bizarras motivações dos seres racionais.
Odeio nazistas. Odeio Hitler. Mas se vc conhecer um pouco da infância e adolescência daquela besta, é capaz de compreender o contexto de ódio que formou aquela criatura. Compreender é bem diferente de ser conivente. É a mesma diferença entre criminosos sórdidos comuns, em que o principal benefício é o ganho material, e o criminoso portador de doença mental...São motivações diferentes. Jaulas diferentes. O que me instiga, portanto, é entender o contexto em que as coisas, fatos e atitudes nascem... E assumir que para tudo há uma explicação. Mesmo que a explicação seja inexplicável.
No meu caso, por exemplo. Minha educação de extrema militância cristã produziu um adulto que, se não raciocinar, tem respostas automáticas aos males que lhe acometem...Dar a outra face ou esperar que Deus faça justiça formou minha pequena ética. Mas sociologicamente, o acesso cultural estimulados pelos mesmos pais bondosos, promoveram o conhecimento de um mundo de diferentes idéias. Sou uma criatura remanescente do Iluminismo. Contesto. Penso. Replico. E assim, voltei a origem e a um passo antes da automatização de meu pensamento. De forma simples: antes de julgar qualquer coisa baseada no que eu me tornei como somatória das experiências que tive, tenho como premissa que não tenho, absolutamente, certeza de nada. E muito menos a pretensão em ter opiniões formadas. Este é o "parênteses" que força a reflexão do contexto e da situação que provoca o ato em si...
Exemplo: aprendi que amo bichos e velhinhos. A primeira verdade é inconteste: amo bichos. A segunda já sofreu modificações promovidas por experiências pessoais que me fazem, vez ou outra, ver como desperdício de oportunidade o não-atropelamento de idosos que andam de mãos dadas, de costas e próximos ao meu carro. O contexto que formou este sentimento é deveras longo para ser explicado neste texto.
O mesmo contexto socioambiental leva-me, por vezes, a enxergar no sexo oposto inimigos em potencial, assim como a refletir, mesmo que meu lado darwiniano me chame à razão em poucos segundos, que homens são coisas do demônio e que, afinal, não seria melhor desenvolver uma vocação homossexual e me tornar lésbica? Foi o mesmo Freud das linhas acima que afirmou que todos somos bissexuais.
Tudo isso tem a ver com os fatores motivacionais que corrompem nossa essência, embora a mesma prevaleça até que um fato de maior monta, coloque seus próprios julgamentos como conceitos irrelevantes...
Enfim, isto me faz refletir sobre o monstro Hitler, e querer entender o que o tornou tão cruel. Salvo, é claro, que, como já dizia o velho ditado "uma andorinha só não faz verão", Hitler foi Hitler porque coube a ele, ludibriado por mentes mais doentes, o papel de testa-de-ferro de um sistema extremamente manipulador.

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