12 de jan. de 2009

Cuida do teu jardim...


Estava eu a arrancar mato entre as pedras de meu jardim e a pensar...

Sim, esta atividade de "senhouras" imperiais faz-me um bem danado. É preciso manter contato com as origens. Não que eu tenha algum antepassado jardineiro, mas essa coisa homem-terra-planetaágua faz-me falta. Sou, todos somos, índios.

Então essa descoberta, não muito velha para mim, é das boas.
Esta atividade não interfere em nada, em coisa nenhuma. Nem eu fico mais rica. E nem faço a roda capitalista girar.

Mas colocar a mão na terra, retirar até a raiz de capinzinhos perniciosos que brotam sorrateiros entre meus seixos branquinhos, proporcina pequenas sensações de vitória... e depois tem o mato, que é praga, e como toda boa praga (já que não existe praga ruim, pois pra vingar tem que ser boa) é difícil de retirar... Logo estou com uma faca de cozinha a fazer incisões cirúrgicas na terra, até encontrar a maldita raiz e extraí-la, sem dó...

Confesso que no início eu até senti pena... Como na época em que sofri de uma grave crise de empatia mundial e me toquei que não restava mais nada a comer, a não ser água, em seu vários estados... Já que alface também tinha vida... e que provavelmente ela cresceu com promessas de um futuro melhor - e não para ser arrancada e terminar envinagrada numa tigela qualquer... Bem, consegui conter este pensamento, já que não havia mais ninguém a querer compartilhá-lo...

E fiquei a me desestressar em meu pequeno jardim. O único de minha casa em que me meto à besta. As demais áreas são matas densas e fechadas, onde somente um Rambo armado com boa cortadeira divertiria-se. E deixo isso para os homens. Pois confesso que sou partidária do conceito de que existem trabalhos que são para homens, e outros para mulheres...

Enfim, fiz o primeiro "L" do retângulo. Ainda faltam mais 3. E quando eu for para o meio, o primeiro já estará querendo me provocar. É a vida... Não há mal que sempre dure. Nem bem que nunca se acabe.

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