11 de fev. de 2009

Audrey Hepburn, justiça feita

E entre as notícias sabidas e relançadas, uma delas,hoje, faz por merecer.
É a eleição de Audrey Hepburn como a atriz mais bonita de todos os tempos (das últimas semanas).
Minha paixão por Audrey não vem de agora. Vem de criança. Na verdade, condiz com a imagem de criança estranha e autista que fui. Eu amava, idolatrava filmes clássicos, musicais e do gênero. Pra mim, aquelas sessões eram verdadeiros êxtases. Conheci muito pequena Gingers Rogers, Fred Astaire, Ana Magnani, Bette Davis, Anne Baxter, Vincent Price, Susan Hayworth, Barbara Stanwyck, Spencer Tracy, Sidney Poitier, Kath Hepburn, Deborah Kerr, Gregory Peck, Burt Reynolds... enfim, tantos que não caberiam aqui. Mas minha preferida, aquela que eu queria ser quando crescesse, sempre foi a doce Audrey.

Tanto é que hoje, madureza com certeza, tenho tudo da inesquecível intérprete de Bonequinha de Luxo. Mas tudo que é possível mesmo. E, neurose à parte, quando triste e insone, chamo Audrey para me consolar. E lá vem o DVD analisado e pormenorizado "Bonequinha de Luxo". Tenho outros dela. Coleções divididas em Boxes incríveis. Mas nada me faz tão bem quanto as ingenuidades e trapalhadas de Holly. Nada se encaixa mais comigo do que a frase em que ela diz que o "Pobre gatinho! Ele não tem nome! Mas o dia em que eu tiver a minha casa, o gato terá um nome." Ela perdeu o senso de "pertença". E quando, ingenuamente, se aconchega nos braços do amigo vizinho, procurando proteção - mais tarde virá o amor. E como ela mesma diz "É imposível ser infeliz na Tiffanys". Seu passado obscuro é triste. E sua única referência de existência é o irmão que está em batalha. Sua voz de criança cantarolando um dos sucessos de Henry Mancini, "Moon River"...Quando chega a notícia da morte do irmão, Audrey, suas festas e sua pseudo-futilidade, desmoranam e aí... Aí o filme apresenta um final. Feliz.

Estudiosa de Audrey eu sei que ela deve estar rindo deste título - o de mais bela atriz. Ela, na verdade, achava-se feia. Dizia que o seu nariz era engraçado, desproporcional. Achava seus pés grandes. E achava-se extremamente magra. E carregou, para sempre, o biotipo anoréxico adquirido nos tempos da 2@ Guerra Mundial.
Com uma paixão sem limites pelo Balé Clássico, foi reprovada em função de sua altura e por ser considerada "desengonçada".
Audrey enfrentou muitos obstáculos ao longo de sua vida. Sempre humilde, achava-se incapaz de contracenar com Gregory Peck em "A princesa e o Plebeu", apesar de seu desempenho ter surpreendido o próprio ator.
Foi hostilizada por Capote, o autor de Bonequinha de Luxo, que queria a amiga Marilyn Monroe como a Srta. Holly Golilight.
Teve 2 casamentos. O filho único com Mel Ferrer. E aproveitou sua fama para chamar a atenção das terríveis condições de vida das crianças africanas. Nesta época de dedição intensa, esqueceu-se de si mesmo e morreu,vítima de um câncer, apenas 3 meses após ter descoberto.

Audrey querida, que o mundo nunca a esqueça.

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